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Mitologia Grega

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Hermes Trismegistus
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:23

Mais tarde, Acacális engravidou de novo, e esperava um segundo filho. Quando estava para dar a luz, temendo a cólera de seu pai, fugiu para os bosques onde teve a criança. Não podendo criá-lo, abandonou-o junto de uma árvore. Porém, por ordem de Apolo, as lobas amamentaram-no com o seu leite até que os pastores o acharam e o criaram. E deram a ele o nome de Miletos.

No tempo em que estava para ter outro filho, o rei Minos, irritado pelas atitudes aventureiras da filha, exilou-a para longe de Creta. Minos era homem extremamente direito e não admitia que suas filhas se portassem como prostitutas. Não sabia ele que seus netos tinham pais divinos. E mandou a Acacális para a Líbia. Foi nesse país, no norte da África, que deu à luz Anfítemes, mais tarde chamado Gáramas. O menino cresceria e haveria de se tornar o herói-epônimo dos garamantes, sobre os quais passaria a reinar.

Miletos, filho de Apolo e Acacális, que outros diziam ser sua mãe Ária ou Devone, filha de Cléocos, criado entre pastores, na ilha de Creta, tornou-se um jovem muito belo. Alcançando a puberdade, se tornou alvo de uma rivalidade amorosa entre Minos, Radamantes e Sarpédon. O mocinho, cedendo aos cortejos indecentes, revelou sua preferência a Sarpédon. Desgostoso, Minos, que detinha o poder maior no país, tentou violentá-lo. Miletos conseguiu fugir e, aconselhado pelo velho Sarpédon, seu tio-avô e seu eleito, abandonou a ilha de Creta e foi para Sámos, onde passou a viver e onde, mais tarde, haveria de fundar uma cidade: Miletos. Mais tarde, na Cária, se tornaria famoso herói e fundaria uma nova cidade com o nome de Miletos. Lá mesmo, haveria de desposar a ninfa Cianéia, filha do deus-rio Meandros, e ter filhos com ela: Caunos e Bíblis.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:24

Por ter Sarpédon auxiliado Miletos a abandonar a ilha, foi desterrado, condenado ao exílio. Então, acompanhado de uma grande número de cretenses fiéis, partiram para a Ásia Menor, foram se estabelecer em Miletos, a nova cidade. Acolhido por Miletos, o filho de Acacális, recebeu apoio, terras e o direito de reinar, que o fez com sabedoria e harmonia.

Então, assumiu o trono de Creta o filho varão de Minos: Licastos. Este passaria a dar continuidade a uma Dinastia chamada Minóica.

Pasífae (Pasiphäe), filha de Hélios, o deus-Sol, foi desposada por Minos, filho do rei Licastos. Minos tivera muitos filhos com Pasífae, três belas moças, Astréia, Ariadne e Fedra (Phaedra), e quatro varões, Deucálion, Catreus, Andrógeo e Glaucos, o menor.

Glaucos, ainda pequeno, ao perseguir um camundongo, caiu em um pithos (grande jarro cerâmico) cheio de mel, e afogou-se. A informação de que quem só podia devolver a vida ao menino seria a pessoa que melhor soubesse descrever a cor de uma vaca cuja tonalidade mudava três vezes ao dia, trouxe de várias partes de Creta e da Hélade um bom número de adivinhos. Todos tentaram descobrir aquele mistério: a vaca passava da cor branca para a vermelha, e logo, para a cor preta. Foi um difícil desafio, que se prolongou por vários dias.

Havia um adivinho que era conhecido pelo nome de Políidos (ou Poleydos), filho de Céranos, oriundo de Árgos, que, depois de muito observar, chegou a uma conclusão:

— A vaca tem a mesma cor da amora, o fruto que começa branco, logo atinge o vermelho e, já maduro, se torna preto.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:25

Minos, ainda que meio desconfiado, decidiu arriscar, e mandou que o conduzissem até o cadáver de seu filho, e deixou-o sozinho. Logo, surgiu uma serpente, e Políidos, amedrontado, matou-a. E foi com grande espanto que presenciou outra serpente, que em seguida apareceu, trazendo na boca uma erva com que cobriu o corpo da companheira morta. E, miraculosamente, ela ressuscitou. Políidos apanhou aquela erva prodigiosa, e seguiu o mesmo exemplo realizado pelo ofídio, e foi com espanto que viu o menino acordar para a vida.

Minos, o filho de Licastos, para impressionar o povo e se fazer rei, afirmou que os deuses lhe concederiam todas as graças e favores que exigisse. Pondo-o à prova, a população sugeriu que pedisse a Poseidon, o deus do mar, fazer nascer das águas um touro. Seguido pelos crédulos e os incrédulos, Minos se dirigiu à praia e fez uma invocação fervorosa à gigantesca divindade:

— Ó Poseidon, poderoso deus do mar! Dá-me algum sinal para mostrar que sou teu favorito! Faze um touro branco sair das águas, e eu o oferecerei em sacrifício!

Para assombro de alguns e regozijo de outros, as ondas se encresparam, avançaram e recusaram e, finalmente, se rasgaram num profundo abismo do qual surgiu um magnífico touro branco. Imenso, belíssimo, fogoso! Nadou até a areia, em terra firme, e galopou por entre a multidão embevecida. Parou diante do rei Minos que o afagou emocionado.

— Vistes? Poseidon me protege... Portanto, o trono de Creta deve ser meu.

No entanto, observando melhor aquela criatura, livre nos prados verdejantes de Górtyne, Minos ficava cada vez mais deslumbrado, e pensou:

— É uma pena sacrificar um animal tão bonito!...
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:26

Decidindo guardá-lo para si próprio, em vez de sacrificá-lo a Poseidon como havia anteriormente prometido. Então, mandou buscar em seus rebanhos um touro qualquer e ofereceu-o em sacrifício, em lugar daquele que havia surgido do mar. Depois, feliz da vida, Minos voltou ao palácio e, em seguida, foi mostrar o seu presente a toda a população em praça pública. Maravilhada, a população o aclamou rei de Creta, e passou a levar o título de Minos II.

Mas o deus dos mares estava enfurecido com a deslealdade do mortal Minos. Poseidon convocou seus filhos e filhas, seus monstros e seus Gigantes para imaginarem um castigo à sua altura. Precisava ser qualquer coisa soberba que desencorajasse os homens de nova traição, pois matá-lo apenas seria pouco. Foi Tríton, filho do deus, quem sugeriu:

— Deves, meu pai, fazer a rainha Pasífae se apaixonar perdidamente pelo touro branco e conceber dele um filho que há de se tornar a vergonha e a desgraça do traidor e sua família. Não deverá ser nem homem, nem animal, mas uma insólita combinação de ambos, uma anomalia repulsiva e aterradora que há de espalhar o terror por aquelas terras.

Assim, Poseidon inspirou o artesão Dédalos (ou Daídalos), que construiu uma vaca de madeira para Pasífae, com uma abertura logo abaixo da cauda, e ela, flechada pelo deus Éros, entrou secretamente no seu interior, ajustou-se e esperou. A sua criação era perfeita, enganaria qualquer ser humano ou animal, podendo ser confundida. E cumpriu-se a desforra do deus dos mares. A vaca foi levada para a morada do touro branco, que não resistiu e acasalou a artificial fêmea.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:27

Pasífae devia ter sofrido muito, mas satisfez seus mais sarcásticos desejos. Ao seu tempo, deu à luz um ser. Logo ao nascer, a aberração mostrou sua perversidade, alimentando-se unicamente de carne humana. Chamava-se Astérios. Em dias, transformou-se num adulto com chifres imensos e pontiagudos. Os apavorados cretenses renomearam-no Minotauro, rotulado como filho do rei.

Minos respeitou-o, mas o temia, não ousando opor-lhe qualquer resistência. Além do pavor ao monstro, havia o medo de incorrer novamente na ira de Poseidon, pois intuiu a intervenção do deus naquele estranho nascimento. A Minos não agradava o aspecto nem a razão de ser daquele híbrido, e foi consultar o Oráculo, que lhe disse:

— Esconde tua vergonha com esperteza.

Então, mandou chamar Dédalos, o ateniense exilado em seu país, e ordenou-lhe que pensasse no assunto. Deveria ele encerrar o monstro em um recinto de onde fosse impossível a sua fuga, já que, até o momento, mantinha-o acorrentado nas masmorras de seu palácio, construir um palácio que abrigasse o Minotauro e, numa sala vinculada à mesma construção, encerrou Pasífae, a causa de sua vergonha.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:27

Dédalos pertencia à nobre raça de Cécrops e Erecteus, era um verdadeiro gênio, conhecedor das artes e da ciência. A par das plantas da cidade de Knossos, imaginou construir uma espécie de masmorra ou palácio-labirinto no subsolo do palácio real, cujo porão servia de ventilação. No entanto, se estenderia para além de seus limites, chegando a circundar o bosque que havia aos pés do palácio. Neste bosque, o Minotauro faria o seu covil. Com a ajuda de seu filho, Ícaros, Dédalos iniciou a obra que o tornaria imortal, o maior de todos os arquitetos da História. Usou para aquela grandiosa obra homens que só entravam vendados para que não encontrassem a porta de saída. Ali trabalhavam e, após uma longa jornada, saíam novamente de olhos vendados, guiados pelo próprio Dédalos, o único que conhecia os caminhos daquele palácio tortuoso, que mais parecia o curso do Meandros, o rio da Frígia, que tinha muitos afluentes. Chamou-o “Labirinto”. Foi construído de um modo tão complexo, com tantos aposentos e corredores, era cheio de câmaras, tudo muito confuso, e lá abrigou o Minotauro. Sua intenção era que fosse uma prisão, pois ninguém conseguia encontrar sua saída, nem mesmo o monstro. Só Dédalos, o construtor ateniense daquele palácio, conhecia o segredo. Seus corredores, de tal forma traçados e entrançados, que uma vez entrando neles jamais se poderia sair. Se algum prisioneiro daquele lugar não morresse devorado, conseguindo escapar do monstro, certamente enlouqueceria de angústia por não encontrar a saída. Ademais, quase todos os caminhos levavam ao Minotauro...
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:28

Para acalmar o monstro e aplacar seus urros apavorantes, Minos permitiu que ele continuasse com seus repastos sinistros e lhe ofereceu, todos os anos, os mais graciosos adolescentes das cidades cretenses que lhe deviam favores. Nesse labirinto e na bocarra atroz do Minotauro acabavam todos os criminosos de Creta e todos os prisioneiros recolhidos nas guerras. Inclusive, nesse mesmo lugar, ameaçava trancar Pasífae, a progenitora daquela ameaça, e, talvez por causa do ato indigno de sua mulher, mantinha-a viva sofrendo o contínuo escárnio de ser ignorada, já que Minos tornou-se irremediavelmente infiel.

Uma das primeiras escapadas extras do rei Minos foi com a ninfa Androgenéa, a “mãe de varões”. Pária, outra ninfa, lhe deu filhos: Eurimédon, Crisos, Nefálion e Filolaus. Também a ninfa Dexitéa, que foi mãe de Euxântios. Mas nenhuma lhe agradou mais que Britomártis, a “doce donzela”, muito bela, e era filha de Zeus e Cármis, a filha de Éubolos. A virgem estava em um lugar destacado do serviço de Ártemis, ocupando-se de seus afazeres; Britomártis havia inventado a arte da rede de caça e brilhava por seu conhecimento e destreza. Talvez por esta capacidade de seguir o rastro e ocultar-se da presa, Britomártis, quando chegou a hora de escapar do insaciável Minos, conseguiu evitá-lo por nove meses, correndo por montes e vales, ocultando-se entre folhas as secas e os arbustos. Mas acabou encurralada às margens de um precipício. A virgem preferiu a morte a cair nas mãos do rei, lançando-se do alto para as profundezas do mar. Mas foi resgatada pela rede de alguns pescadores, que a viram cair na água. Por isso, a deusa Ártemis decidiu premiar a sua firmeza e elevou-a à categoria de deusa, e batizou-a com um novo nome: Dictina, a “filha da rede”, e deu-lhe uma morada no monte Dicte.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:28

Naturalmente, destas aventuras teve conhecimento Pasífae, e não só ela, mas todo o povo sabia, já que o rei não se recatava em esconder, nem se importava em negar sua abundante prole. Por essa razão, a rainha lançou sobre seu descarado marido uma maldição — e conseguia com efeito, já que pertencia à família das feiticeiras da Cólquida. Em lugar de sêmen, Minos ejacularia escorpiões e víboras, e nenhuma mulher (ou varão) se atreveria jamais de fazer amor com ele, pois morreriam pelo adultério. E assim se sucedeu. E Minos, com essa maldição lhe acompanhando, já não sabia o que fazer, pois já era um hábito seu cometer adultério, não contentava-se com uma só mulher, sua própria esposa, a única com que a maldição não funcionava.

Em Atenas, no dia do casamento de Céfalos com a princesa Prócris, semelhante a Sélene, a deusa da lua, todos os atenienses elogiaram-no, declarando-o o mais feliz dos esposos, reinando num cantão, na costa leste, em Tóricos, bem perto da extremidade meridional da Península Ática. E nas montanhas do interior se estendiam os terrenos de caça dos recém-casados.

Mas esta felicidade não haveria de durar muito tempo. A filha do grande Erictônios, Prócris, “a escolhida acima de todas”, recém-casada com Céfalos, filho de Déion, manteve-se por pouco tempo fiel ao marido, até conhecer Ptéleos, o mesmo que havia fundado a cidade de Ptélea, na Ática, e o tomou por amante. Ele, seduzindo-a, deu-lhe de presente uma bela fita de ouro, que ela passou a usar para prender os cabelos. E Céfalos (de kephale, “cabeça”), tentando descobrir a origem daquele presente que usava, ao saber da infidelidade da esposa, surpreendendo-a nos braços do amante, repudiou-a publicamente e fê-la tomar a decisão de abandonar Atenas e, no anonimato, ir para junto de Minos, o rei de Creta, que também tentou seduzi-la. Mas ela só aceitou a ele entregar-se em troca de um presente: o cão Laelaps, mais veloz que o vento, uma dádiva da deusa Ártemis.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:29

Como Minos estava amaldiçoado por obra de sua ciumenta esposa Pasífae, pois suas amantes morriam ao entregar-se a ele, Prócris concedeu-lhe um antídoto, uma erva que obtivera outrora da feiticeira Circe, irmã de Pasífae. Em troca, Minos deu-lhe ainda um segundo presente: um dardo que jamais errava o alvo. Prócris curou-o e a ele se entregou.

A jovem, no entanto, temendo o ciúme violento e a vingança de Pasífae, que era uma feiticeira, voltou para Atenas, sob a forma de um rapaz. Assim disfarçada, Prócris levou ao ex-marido os presentes mágicos do rei Minos, pensando que assim haveria de se reconciliar com ele. Céfalos os cobiçou e quis comprá-los.

— Não quero tua prata nem teu ouro, porém tanto o dardo como o cão serão teus se jurares que nunca amaste sua esposa infiel; que a esquecerás e me amarás.

Céfalos, diante daquele ato efeminado, relutou, mas acabou afeiçoando-se pelo rapaz, que então lhe revelou a verdadeira identidade.

— Céfalos, somos ambos culpados tanto um como o outro. Esqueçamos o passado, renovemos nossos juramentos de amor, e amemo-nos de novo.

Céfalos não cabia em si de contente em ter de novo em seus braços sua linda esposa. Os dois se reconciliaram, pois cada qual tinha o que perdoar ao outro. Viveram em completa felicidade durante algum tempo.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:30

Havia um príncipe chamado Catreus, filho do rei Minos e da rainha Pasífae. Não era o primogênito, mas era muito respeitado no país, o que gozava de ser príncipe-herdeiro. Porém, o Destino lhe reservava uma vida nada tranqüila: um Oráculo o advertira que um de seus filhos o mataria. Catreus, nessa época, tinha quatro filhos: as donzelas Aérope, Clímene e Apemósine, e um varão, Altêmenes. Apemósine e Altêmenes, com medo de morrer pelas mãos do próprio pai, fugiram do país e foram morar em Rodes, aonde fundariam a cidade de Cretênia. Já Clímene e Aérope, estas foram entregues ao navegador Náuplios para que as vendesse como escravas a estrangeiros que pelos seus domínios passassem. Porém, Náuplios haveria de se apaixonar por Clímene e com ela se casaria; e Aérope, por isso, seria levada para Árgos, aonde desposaria um homem chamado Plístenes, filho de Pélops.

Então, desceu da Hélade, mais precisamente de Micenas, um herói dório chamado Héracles, que era filho de Zeus e Alcmena, e foi a Creta, com a permissão do rei Minos, com o intuito de capturar o Touro de Poseidon, que ameaçava arrasar a ilha toda e seu povo, fazendo cumprir uma tarefa imposta pelo seu senhor e parente, Euristeus, o rei mais poderoso da Hélade. Após árdua tarefa, Héracles capturou vivo a fera e levou-a acorrentada a Micenas. Mas o rei Euristeus, não podendo manter sob controle o touro feroz, mandou que o libertassem, e o monstro foi arrasar os campos de Maratona, nas terras do rei Egeus.

Andrógeo (Andrógeôs), filho de Minos, o rei de Creta, e da rainha Pasífae, a filha do deus Hélios, era um jovem alto e forte, que em pouco tempo se tornou famoso lutador. Então, percorreu o mundo à procura de alguém que o pudesse derrotar, e ouviu falar sobre a realização de jogos na Hélade. Procurando informar-se a respeito, ficou sabendo que se tratava dos Jogos Atléticos de Atenas, onde Egeus era rei. E foi preparar-se para a viagem.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:30

Então, o filho do grande rei Minos foi visitar Atenas, a fim de participar dos jogos, nas festas das Panatenéias, nas modalidades de corrida, salto, pugilismo, luta livre e arremesso de disco, onde se tornou vencedor de tudo quanto participou, sagrando-se o grande campeão. O rei Egeus ficou receoso de que o povo ateniense o proclamasse herói nacional, e isso poderia ameaçar o trono destinado a seu filho. Os filhos de Pálas, enciumados, aproveitaram o receio de seu tio, o rei, e acusaram Andrógeo injustamente de estar armando uma conspiração para conquistar o trono, e o assassinaram secretamente, e talvez tenha sido jogado ao ferocíssimo Touro de Poseidon.

O rei Minos, filho de Licastos, estava em Páros a oferecer sacrifícios às Cárites quando recebeu a notícia do infortúnio do filho Andrógeo, e, arrancando as grinaldas da testa, ordenou aos flautistas que parassem de tocar, e, a partir de então, os pários sacrificam às Cárites sem grinaldas e sem música de flautas. Minos foi queixar-se aos Olímpicos, e eles outorgaram que Egeus fosse obrigado a, de nove em nove anos, mandar sete moças e sete rapazes para servirem de alimento ao Minotauro, um filho bastardo que sua esposa Pasífae tivera secretamente — era metade touro, metade homem e ficava aprisionado no centro do Labirinto de Knossos, construído por Dédalos.

Minos era o senhor dos mares, o mais poderoso rei de sua época, reconhecido por todos a não ser desafiado. Mantinha o controle do pélago de Creta, de norte a sul, desde as Cíclades, as ilhas ao sul do Peloponeso e as ilhas Espórades, cujo povo, os léleges da Cária, estabeleceu o seu “Território Pirata” com o consentimento do rei Minos. E o soberano decidiu por uma vingança ainda maior do que ir direto a Atenas: resolveu sitiar e conquistar as demais cidades vizinhas, na Ática, para assenhorar-se do país dominado. Assim, poderia cobrar tributos das mesmas e fortalecer seu império.

Nem a força de Héracles impediria as conquistas de Minos. Os deuses afastavam-no para mais uma tarefa longe da Hélade.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:31

Assim, após a realização dos jogos fúnebres em honra de Andrógeo, nos quais o grande campeão foi Tauros, o capitão da guarda cretense, a armada de Creta dirigiu-se para Mégara, aonde reinava Nisos, de descendência ateniense. Era filho de Pandíon, descendente de Cécrops, e irmão de Pálas, Licos e Egeus, o rei de Atenas. Mas a Minos pouco importou a ascendência real de Nisos, e sitiou a sua cidade de Nisa.

Em seguida, Atenas foi subjugada. Terminada a batalha, depois de depredações, aldeias e campos queimados e inocentes assassinados, Atenas teve que se render, para que o inimigo se afastasse, pois se encontravam em condições desumanas. Os escravos mortos e os soldados tombados na guerra eram, no começo, atirados ao Minotauro pelo rei invasor, ele próprio mais perverso que o monstro. Divertia-se com a ferocidade da sua fome. Depois, o rei achou que não havia diversão alguma em atirar cadáveres ao Minotauro. Passou a alimentá-lo com a carne dos vivos. Pena de morte, em Creta, era servir de alimento. Ladrões, assassinos e inimigos políticos do tirano eram jogados à besta, muitas vezes sem julgamento. O “habitat” do monstro, o Labirinto de Knossos, era, com o Minotauro, o grande orgulho do tirano bestial. Fora construído por um arquiteto ateniense da casa de Erecteus, sob as ordens de Minos, e chamava-se Dédalos. E tal obra, de tão magnífica, fora batizada com o nome de seu construtor: “dédalos”.

Os atenienses se desesperaram, mas não houve outro jeito. Atenas assinou um tratado. E, anualmente, pagaria seu tributo de sangue, tal qual as demais cidades das redondezas, tanto a Ática como a Megárida. Do contrário, o mal sobre o reino seria inevitável.

Diante desse cruel ajuste com os cretenses, Egeus, inquieto, preocupava-se, andando de um lado para outro, sem saber como agir, restando-lhe apenas a esperança, remota esperança, de que, do outro lado mar, em direção de Troézen, viessem notícias de seu filho, que talvez, um dia, viria a por termo no seu sofrimento.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:32

Vindo de Troézen, na Argólida, Teseus, o filho Egeus (e de Posseidon), depois de enfrentar inúmeros perigos pelo caminho e tornar-se famoso, adentrou-se em Atenas para apresentar-se ao rei e receber dele a sucessão. Egeus, dominado pelas feitiçarias de Medéia, filha do rei Eétes, da Cólquida, e alvo de conspirações por parte dos filhos de Pálas, seu irmão, acabou reconhecendo o jovem estrangeiro que se apresentava com uma espada que lhe fizera presente antes de tê-lo gerado. Medéia foi por ele expulso do reino, e Teseus enfrentou os Palântidas e ainda matou o Touro de Creta, que assolava a Ática.

Enquanto o povo de Atenas aclamava ao filho de Egeus, Dédalos e seu filho Ícaros, desejosos de retornarem para a Ática, foram obrigados a permanecer em Creta por ordem do tirano rei Minos, que já mandava seus emissários à Hélade a fim de reclamar o tributo das vítimas ao seu Minotauro. Teseus, conhecendo a aflição de sua gente, prontificou-se para seguir no barco cretense, junto com mais treze jovens, e prometeu ao rei seu pai que retornaria vitorioso num barco de velas brancas.

Teseus, depois de vencer o Minotauro, no momento em que Dédalos e Ícaros conseguiam fugir de Creta em suas asas de cera, tomou a princesa Ariadne e sua irmã Fedra, entre jovens atenienses. O rei Minos, escolhendo perseguir primeiramente a Dédalos e Ícaros, abandonou Creta aos cuidados de seu filho Catreus. Ariadne foi abandonada por Teseus em Náxos em troca do amor de Ege e para que Dionisos a tomasse por esposa. Ao retornar a Atenas, Teseus esqueceu-se de atiçar as velas brancas, e Egeus, ao avistar o navio cretense com velas negras, temendo que seu filho havia sido morto, preferiu tirar sua própria vida, jogando-se do alto do recife ao mar. Essa mar, passou a levar o nome de Egeus.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:32

Dédalos, depois de perder seu filho Ícaros, que ousou desafiar a Prudência voando alto demais e alcançando a morte nas águas do mar, pensando que certamente fosse perseguido pelos cretenses em seu país, na Ática, e amargurado com a morte do filho, pretendeu aventurar-se e ter uma nova vida em outro lugar, o mais longe que pudesse estar. Nem mesmo a Ásia lhe seria propícia. Por isso, foi para o Ocidente, para além da Hélade, chegou em Cumas, onde levantou um templo esplendoroso, dedicado a Apolo. Sobre as portas desse templo, gravou toda a história de Minos e do Minotauro, porém, quando teve de esculpir a fuga do labirinto e o trágico fim de Ícaros, seu coração já não podia resistir, e o cinzel lhe caiu das mãos. Assim, pois, a obra ficou inacabada.

Depois, deixando que o Destino lhe mostrasse o melhor lugar para viver, voou para algum lugar ao sul, na Trinácria. Ao pisar em terra firme, a primeira coisa que Dédalos fez foi destruir as asas que haviam custado a vida de Ícaros. Depois, foi em busca de algum lugar onde pudesse encontrar asilo. Foi mais para o sul, a Câmicos (bem perto daonde se ergueria Ácragas). O rei daquele país chamava-se Cócalos, e a fama de Dédalos já chegara há muito tempo às portas do palácio. Portanto, foi bem recebido pelo povo e seu rei, que ofereceu-lhe proteção. O rei Minos, ao visitar seu país em perseguição de Dédalos, pretendendo aprisioná-lo, foi surpreendido e morto pelos servos de Cócalos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:33

Dédalos permaneceu como protegido do rei Cócalos, formou muitos artistas famosos e foi o fundador da cultura da Trinácria, a futura Sicília. No entanto, após a morte de seu filho, Ícaros, ele não pôde mais ser feliz, e, se por um lado, graças ao seu talento, criava a beleza na terra que o acolhera, sua velhice foi triste e cheia de sofrimentos. E, finalmente, Dédalos decidiu retornar para a Hélade. Tomando um navio, foi para Atenas onde passaria o resto de sua vida trabalhando e ensinando a verdadeira arte aos homens do país. E, nos seus últimos dias, ele haveria de fundar uma escola que levaria o seu nome. Essa escola haveria de existir por centenas de anos e os muitos artistas que nela se formariam seriam chamados de dedálios, os seguidores de Dédalos.

Teseus organizou a Ática, reformulou suas leis, instituiu a democracia e iniciou algumas expedições com seu amigo Héracles. Preferiu abandonar Ege pelo amor de Antíope, rainha das Amazonas, da qual teve um filho chamado Hipólitos, nome que obteve para celebrizar Hipólita, a maior de todas as rainhas.

Mais tarde, o rei Teseus organizou uma expedição à ilha de Creta a fim de tomá-la e fazer subir ao trono um soberano digno e aliado de Atenas. Mas soube da morte do rei Minos e permitiu que Catreus continuasse em seu lugar. Com a morte de seu pai, rei de Creta, e a invasão de Teseus no país, Catreus, que também já tinha idade avançada, não se sentiu seguro e abandonou o país e, esquecido das profecias sobre seu destino, procurava informações sobre o paradeiro de seu filho Altêmenes. Naquele tempo, em Rodes, enquanto prosperava a cidade de Cretênia e reinavam os irmãos Altêmenes e Apemósine, o deus Hermes, pretendendo a ela se unir, agarrou-a mediante um estratagema, espalhando peles frescas de touro diante dela e fazendo-a escorregar. O irmão matou-a a pontapés pela desonra que lhe infligira, não acreditando que seu amante fosse divino.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:34

Com a morte do rei Minos e o exílio de Catreus, subiu no sólio cretense o príncipe Deucálion, filho mais velho de Minos, com o consentimento de Teseus. Assim, Fedra, desejando retornar para Creta, pediu autorização a Teseus, que consentiu. Ela, então, regressou à sua pátria, onde ficou a morar no palácio de seu irmão, tornando-se ainda mais bela e inteligente.

Teseus, no entanto, vivia com uma mulher lindíssima, mas a juventude dela se afastava e seu corpo de mãe já perdia o encanto. Sentia-se solitário, num tempo em que cessavam as batalhas, levando uma vida monótona e cansativa. E, lembrando-se de Fedra, a irmã menor de Ariadne, pretendeu revê-la, já que ouvia falar de seus encantos. Antes, porém, como era seu costume, consultou o Oráculo de Delfos, que exigiu o fim de Antíope. Isso se fazia necessário para que a Sorte lhe sorrisse e tivesse uma vida tranquila ao lado de sua futura noiva. Mas Teseus não quis matá-la, preferindo apenas dissolver o casamento, já que era mãe de seu filho Hipólitos.

Deucálion, o filho de Minos, também tinha estima por Teseus e decidiu fazer um acordo de proteção e aliança com os atenienses. Então, o rei Deucálion, com o seu séquito de Creta, fez uma visita ao rei de Atenas, propondo-lhe a paz entre os dois reinos. Certamente Teseus concordou, mas lhe disse que gostaria de casar-se com Fedra, e seu pedido não lhe foi recusado. Logo o filho de Egeus foi para Creta a fim de buscar Fedra e, efetivamente, viu-a muito parecida com sua irmã Ariadne, que Teseus sentiu-se outra vez na flor da juventude. E conduziu-a à sua casa. Como seu casamento com Antíope havia-se consumado segundo as leis bárbaras de outro país, não foi difícil desfazê-lo, e Antíope continuou na casa como se fosse uma concubina.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:34

E uma grande festa de casamento se realizou em Atenas. Antíope, durante a festa nupcial, armada de um punhal, tentou assassinar a nova rival, mas foi impedida a tempo e Teseus trancou-a numa prisão. Tal atitude foi revelada em sonhos a Melânipe, irmã de Antíope, que organizou uma expedição contra Atenas, comandada por Molpádia. E a guerra terminou com o extermínio das mulheres guerreiras da Ásia.

Da união de Teseus com Fedra nasceram Acamas e Demofóon. Mas o nascimento dos filhos não foi suficiente para segurar o rei em Atenas e fazê-lo dedicar-se à sua casa. Voltou a empenhar-se em inúmeras expedições, entre as quais a caçada ao Javali de Cálidon e o apoio militar a Édipos, oferecendo-lhe proteção, chegando mesmo a cercar a cidade de Tebas e recolher seus mortos. Em seguida, abandonou a casa em Atenas e foi fazer-se presente às núpcias de Píritous e Hipodâmia, onde se sucedeu o terrível combate entre Lápitas e Centauros.

Porém, a infidelidade de Teseus era marcante, e este resolveu aventurar-se com seu amigo e aliado Píritous em raptar as filhas de Zeus e tomá-las por amantes. E Atenas ficou à mercê de conspiradores liderados por Menesteus, filho de Peteus. Fedra, a filha de Minos, infeliz no casamento, resolveu seduzir Hipólitos na ausência de Teseus, que já se encontrava aprisionado na casa de Hádes. Fedra, repudiada pelo jovem filho de Teseus, no retorno do rei seu marido, acusou-o de tentar contra sua honra, e Teseus expulsou Hipólitos de sua casa, causando-lhe a morte. Fedra, em seguida acusada de falso testemunho diante de uma revelação propiciatória, preferiu suicidar-se, e Teseus, já com suas alianças maculadas, especialmente com Deucálion, o rei de Creta, foi banido de Atenas. Em seu lugar, no trono, ascendeu Menesteus, o conspirador.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:35

Um dia, Idomeneus, filho do rei Deucálion, de Creta, foi solicitado como árbitro de uma disputa entre Tétis e Medéia, pelo prêmio de beleza, e Idomeneus, talvez por conhecer a fama negativa da feiticeira, escolheu a Tétis. Medéia, colérica, disse que todos os cretenses eram mentiroso, amaldiçoando assim a raça de Idomeneus.

Naqueles dias, enquanto o troiano Páris e sua comitiva se preparavam para ir à Hélade a fim de resgatar Hesíone, no que resultaria no rapto de Helena, Catreus, filho de Minos, já dominado pelo peso da idade, sentindo que seus membros estavam fraquejando, há muito exilado de Creta, havia partido para Rodes a fim de procurar o filho Altêmenes, pois ansiava entregar-lhe o trono que dividiria com o irmão Deucálion. Chegou com sua gente a um lugar deserto, longe da cidade de Cretênia, e os pastores do filho julgaram estar tratando com piratas, e açularam contra eles os cães. Em meio à gritaria e latidos, Catreus não pôde se fazer ouvir e entender. Ia sendo lapidado pelos pastores quando Altêmenes acorreu e acabou matando-o com um dardo. Confirmava-se assim uma velha profecia sobre a sua morte.

Após os funerais de Catreus, nos quais fizeram parte seus netos Menelaus e Agamémnon, e depois que a Hélade se levantou para reclamar o rapto de Helena, a rainha de Esparta, Idomeneus passou a ocupar o lugar no trono de seu pai Deucálion. E, tendo sido um pretendente de Helena no passado, viu-se obrigado a renovar a aliança entre seus Cretenses e os Atenienses, e enviou a Tróia um contingente armado de 80 navios, do qual comandou ao lado de seu melhor amigo, Meríones.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:36

Ao retornar de Tróia, vitorioso, Idomeneus foi alvo de conspiração, através de Leucos (filho de Tálos), seu criado, que havia seduzido a rainha Meda e depois a assassinado em troca de sua amante, a princesa Clisítera. Idomeneus, para escapar da tempestade em alto-mar, fez voto de sacrificar a Poseidon o primeiro ser vivo que encontrasse no seu regresso, se conseguisse escapar ileso. Mas desesperou-se quando avistou sua filha Clisítera, que vinha-lhe ao encontro, e acabou sacrificando apenas um simulacro, o que irritou o deus dos mares. A ira de Poseidon se fez presente, e uma peste assolou o país. Leucos possuiu e matou a bela Clisítera e, em seguida, à frente de seus seguidores, com a desculpa de apaziguar o deus ofendido, expulsou Idomeneus de Creta, tomando posse do trono. Idomeneus teve que se exilar, retirou-se para a Itália, onde fundou a cidade de Salento, seu novo reino, e onde governou com as sábias leis de seu ancestral Minos I, tornando-a florescente. Atingiu idade avançada e recebeu de seus súditos honras heroicas.

Terra de navegadores, conhecedores dos ventos etésios estivais soprando constantes do norte e do nordeste, favoráveis a intercâmbios, Creta foi, no terceiro e no segundo milênios anteriores a Cristo, eixo de uma civilização avançada de um povo de pele escurecida e cabelo negro mediterrâneos, expulso da África pelo avanço irresistível das areias do deserto. Esse povo, através dos anos, irradiou pelas ilhas do mar Egeu, pelo Peloponeso, nas cidades florescentes de Árgos e de Micenas, em Pilos, Náuplia, Tirinto, pelas costas da Ásia Menor e da Fenícia, pela Síria e pelo Egito, onde os aliados cretenses eram conhecidos por Keftiou.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:36

Essa civilização chamou-se Minóica, com sua superioridade naval e pelo comércio que a talassocracia possibilitava; as famílias exerciam poderes reais habitando palácios magníficos, reis-sacerdotes conduziam a política e a religião, simbolizadas em Knossos pelo Chifre Duplo e pelo Machado de Duas Cabeças, o labrys, o poder sobre a vida e a morte, uma lâmina para os cidadãos, outra para as vítimas dos sacrifícios às divindades.

Surgiram mitos, narrativas, histórias que os invasores do continente trouxeram para Creta; na conquista aquéia, fácil, dos palácios do poder da ilha, vulneráveis após a erupção do vulcão de Théra (hoje Santoríni), ficou envolta na bruma espessa do desconhecimento. A ilha foi integrada ao mundo dórico, no século XI a.C., a qual perdeu sua identidade unitária. Creta submergiu no esquartejamento em cidades-estados rivais, intensificando o comércio intenso com o oriente, com um estilo de vida grego, preenchendo espaços vazios de um passado pouco conhecido. Talvez daí, nessa época, tenham imigrado diversos grupos étnicos do Arquipélago, chamados de “o povo do mar”, belicosos, armados de gládios de ferro, que conquistaram o litoral dos Cananeus, entrando pelo interior dessa terra e chocando-se com os Hebreus. A esses grupos chamaram-se Filisteus (ou Cerateus), que, em contato com as culturas estranhas da Fenícia, passaram a idolatrar o seu deus bárbaro, Dágon.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:37

Talvez por razões estrangeiras, adquiriram outras características, especialmente da Grécia: a ligação íntima da divindade com o homem, os cultos olímpicos preocupados com honrarias aos Imortais e aos membros invisíveis da sociedade, recebendo em troca a sabedoria e a proteção da família, da tribo, ou do Estado. Houve um contraste profundo com a religião nativa, concepções desenvolvidas em torno da crença da natureza como Mãe, na oração individualizada em bosques sagrados e em grutas, mas com sacrifícios sangrentos de animais, ao som da lira, o sangue das vítimas vertido em vasos. sobretudo, a liberdade da devoção para o servo e para o homem livre.

Por Creta campeou depois a anarquia gerada na vertigem da decadência helenística, na seqüência da partilha do império de Alexandre, o exercício da pirataria adicionado à vocação militar da ilha. Conflitou-se com o mundo romano e integrou-se no império em 67 a.C. Creta, unificada com a Cirenaica (a Líbia atual), gozou então de um período longo de paz e de opulência. Submeteu-se ao poder bizantino no século IV d.C. e foi conquistada pelos muçulmanos em 824, envolvida no poderio crescente do mundo islâmico no Mediterrâneo. Enquadrou-se na subversão do status quo pela nova supremacia naval de Bizâncio a partir da segunda metade do século X e passou pela força da razão da espada latina da Quarta Cruzada.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:37

Bonifácio de Montferrat vendeu a ilha logo após à força globalizante do Império Oriental Veneziano, e passou a ser majestade soberana dos negócios e das armas, do fervilhar das madeiras, do ferro, dos tecidos europeus trocados por sedas e algodões, por açúcares e especiarias do Oriente. Em 1669, decaiu, quando o sabre dos bárbaros Otomanos a reconquistaram depois de um cerco de vinte e quatro anos. Tornou-se insegura , mas temporariamente suspensa pela brevíssima soberania egípcia, entre 1830 e 1840. O progresso era demasiadamente lento, sob uma autonomia mitigada sob a soberania do Crescente a partir de 1898. Então, houve uma insurreição geral no final do século XIX, com o apoio da Grécia, mas houve nova vitória otomana no conflito, provocando a renúncia grega à posse da ilha, adiando ambições antigas. Finalmente, proclamou-se, em 1908, a união da ilha com a Grécia, e materializou-se no rescaldo da guerra balcânica de 1913. Em 1941, a ilha foi conquistada por paraquedistas nazistas, houveram represálias implacáveis, massacres de civis, execuções sumárias e destruição sistemática das aldeias montanhesas, que os alemães apelidaram de “ninhos de víboras”. Enfim, sucedeu-se a vitória da Resistência, e os Nazistas foram vencidos. Creta se tornou uma ilha livre, embora anexada por direito ao continente grego.

FIM
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:38

A história de Rômulo e Remo é uma tradição latina. Porém, não vou duvidar que tenham se baseado na história de Miletos.

Os reis Minos foi uma Dinastia, por isso chama-se Era Minóica. Iniciou com Minos I até a conquista definitiva de Creta pelos Aqueus (não sei o ano). O mesmo se pode dizer a respeito dos Príamos, dos Césares, dos Antoninos, dos Antíocos, dos Ptolomeus, etc.

Pra você ver, o ritual de devolver a vida ao menino Glaucos através do mel tem relação com a "mumificação" também através do mel, acreditando-se que, assim, o espírito do morto atingisse a "outra vida" ou, quem sabe, a ressurreição. Lembra um pouco o nascimento das abelhas, que se dá dentro do troneto ou do favo cheio de mel.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:42

Quélone e o casamento de Zeus e Héra

Zeus, há muito vinha tentando aproximar-se de sua irmã, desde sua tenra infância, pois sentia por ela mais que um amor fraternal. Já havia-se unido à titânida Mnemósine, de cuja relação tiveram inúmeras filhas, as Musas. Zeus, durante o tempo que passou a governar o mundo, incontroladamente havia-se apaixonado por sua irmã Héra, e por diversas vezes pediu-lhe em casamento, mas Héra recusou. A cada ano a deusa manteve sua recusa, e tal decisão já durava quase trezentos anos, o que para os deuses era pouco. Todas as suas façanhas não bastavam para amolecer o coração da deusa. Por isso, pensando em provocar-lhe ciúmes, decidiu contrair matrimônio com uma deusa oceânide: Métis. Viu-a, uma vez, passeando pela margem de um rio, aos pés do Citéron, num certo dia de primavera. Dessa união deveria nascer Atena. Um tempo depois, casara-se com Têmis, outra titânida, e com ela teve mais um bom número de filhas.

Zeus, após muitas tentativas e recusas, durante os últimos trezentos anos tendo-se casado duas vezes, enfim, num dia de inverno, quando o chão estava tomado pela neve, disfarçou-se em um pobre cuco apanhado por uma tempestade e bateu à janela de Héra. Esta, sem perceber o engodo, deixou o cuco entrar. Acariciou-lhe as penas molhadas e sussurrou:

— Ó, que lindo pássaro, está tremendo de frio, pobrezinho! Vem, que eu te acalentarei.

Pegou a avezinha, acariciou-a amorosamente e estreitou-a contra o regaço, para dar-lhe algum calor. Imediatamente, Zeus voltou à sua verdadeira forma e disse:

— Agora tu deves casar comigo! Tu admitiste teu amor por mim. Vem...

Héra reconheceu-o, mas não pôde ainda aceitá-lo. Ele ainda não havia provado que a merecia, pois Héra não pretendia ser mais uma deusa ou ninfa na vida do senhor do Olimpo.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 12/3/2021, 19:42

Mas, por uma natural inclinação, a moça procurava sempre os lugares mais altos da ilha das Hespérides, de onde dificilmente saía, para dar largas à sua imaginação. Havia um rochedo, à beira-mar, que era o seu refúgio especial. E, brincando e esticando seu alvo dedo, dizia:

— Mais um passinho e posso quase tocar o céu...

Um dia, estando ali sentada, sentiu muito calor. Então avistou no horizonte uma nuvem que vagava meio sem jeito, como que perdida das outras.

— Adoro chuva! O único defeito deste país encantador, se existir algum, é o de chover tão pouco!

Então pôs-se em pé, cerziu os olhos e começou a pensar com toda a força:

— Quero muito que chova! Quero chuva! Muita chuva!

Héra reabriu os olhos e viu que agora aquela nuvem mal-esboçada e solitária, como ela, havia ganhado uma inesperada e rechonchuda companheira.

A jovem fechou outra vez os seus olhos, viu que um exército de outras nuvens havia se juntado à primeira, engolfando-a num turbilhão escuro e barulhento. Héra colocou-se na ponta dos pés e aspirou profundamente.

— Hmmm... Perfume de chuva, não há outro igual.

Num instante as nuvens chegaram, e a jovem deusa comandou do alto uma tremenda tempestade, como nunca a deusa Tétis e as Hespérides haviam visto. Os raios esgrimiam ao redor da jovem os seus espadins recurvos, porém sem nunca atingi-la, enquanto a água da chuva a envolvia num frescor delicioso.

Depois que a chuva passou e um vento fresco secou suas roupas, afastando para longe as nuvens tempestuosas, Héra olhou para o céu, novamente azul.

— Tudo é muito belo... Mas eu queria mesmo era ser rainha do céu.
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