Mitologia Grega

Mas o olhar de Pégasos, agora sem a brida e o freio, orgulhoso e independente animal dos vôos solitários, não traduzia o menor desejo de voltar sozinho. Era humildade e doçura, era quase tristeza. E somente se iluminou quando Belerofonte, que o entendia tão bem, saltou-lhe no dorso.

Novas aventuras os esperavam nos caminhos do Céu e da Terra. Belerofonte foi aclamado vencedor da Lícia e o maior de seus heróis. Porém, Ióbates não o poupou nem lhe deu descanso. O encarregaria de várias outras tarefas importantes.

OUTRAS FAÇANHAS
Ióbates, por alguns dias, havia esquecido do que seu campeão havia feito à sua filha Antéia, em Corinto. No entanto, quando ouviu a notícia da presença de inimigos que pilhavam em seu reino, veio-lhe à mente um novo desejo de vingança: mandou-o combater os sólimos, rude e belicoso povo amado dos deuses, que habitava os confins da Lícia. Ao contrário do que ele esperava, Belerofonte, na sua mais árdua luta, venceu-os.

O rei não hesitou, então, em confiar-lhe outra perigosa incumbência: a de combater as Amazonas, as ferozes mulheres guerreiras, que habitavam a Capadócia e as terras da Cítia, que havia rompido as barreiras do Cáucasos.

Belerofonte não se intimidou, mas foi em busca das terríveis guerreiras. Apesar de toda a fúria e combatividade, não foram páreo para o herói. Desbaratou-as, e também da terceira proeza saiu vitorioso e ileso.

No entanto, como o herói transpusera os três obstáculos, Ióbates recorreu aos cinqüenta mais válidos de seus guerreiros e estes armaram-lhe uma emboscada. Belerofonte, todavia, salvou-se também desta covarde tocaia, matando, um após outro, todos os seus inimigos.

Belerofonte comportou-se com tal bravura e modéstia em todas as ocasiões que, finalmente, Ióbates mostrou-lhe a carta do rei Proetos e perguntou:

— Agora, dize-me, Belerofonte: isso é verdade?

Belerofonte leu a carta, surpreendeu-se e teve que explicar-lhe o que realmente havia acontecido na casa de Proetos.

— Pronto! Minha filha mais velha sempre foi mentirosa, e eu lamento ter acreditado nessa história. Eu devia ter percebido antes.

Então, Ióbates, pretendendo reparar o erro e a injustiça que havia cometido contra o rapaz, decidiu purificá-lo do crime que outrora houvera praticado em Corinto. A partir de então, pretendeu riscar o nome de Belerofonte da história, preferindo chamá-lo por seu verdadeiro nome: Hipónoos. Mas o nome Belerofonte perpetuou e assim ficou sendo conhecido o herói que varreu da face da Terra a terrível Quimera, venceu os sólimos e subjugou as Amazonas.

E, ao perguntarem ao rei se deveriam mandar emissários ao rei Proetos para pô-lo a par sobre a sua inocência de Hipónoos, já que o mesmo não havia sido executado, Ióbates só respondeu:

— Meu genro que se dane...

Os deuses não haviam esquecido que o rei Proetos, de Árgos, conspirara contra a vida de Hipónoos. Certamente pagaria por isso em suas filhas Lísipe, Ifínoe e Ifianassa. Por determinação dos deuses, foram as três princesas acometidas de súbita loucura, correndo pelos prados convencidas de que eram vacas.

Ióbates prometeu ao herói em casamento sua filha mais moça, Filónoe — a qual, além do bom caráter, era muito bela. Ela, perfeitamente de acordo, pediu logo a seu pai que marcasse a data para o mais breve possível. Foi uma grande festa, e, em seu testamento, deixou para o genro o direito de sucessão ao trono da Lícia, e deu-lhe como dote de sua filha a Planura Álea, uma enorme área de terra. Os lícios entregaram-lhe as mais belas searas e os mais magníficos campos.

E Filónoe lhe deu dois filhos e uma filha: Isandros, Hipólocos e Laodâmia.

Então, finalmente, recebeu das mãos do soberano o sólio da Lícia e passou a reinar.

OS INFORTÚNIOS DE BELEROFONTE
Mas a boa sorte de Belerofonte finalmente terminava. Seu filho mais velho, Isandros, morrera numa batalha contra os sólimos, que novamente haviam entrado no país. Sua filha Laodâmia, depois de dar à luz um menino chamado Sarpédon, foi morta por uma seta de Ártemis. Quanto a Hipólocos, que haveria de atingir a velhice, já conhecia o futuro de seu filho, Glaucos, que morreria aos pés da cidade de Tróia, e sua vida foi de pesar e desengano.

Belerofonte, agora tendo a possibilidade de locomover-se facilmente de um lado para outro, tendo Pégasos, seu irmão, em seu poder, imaginou voar para Tirinto a fim de vingar-se da esposa do rei Proetos. Ela estava na iminência de fazer uma oferenda a Belerofonte, pensando que estivesse morto, pois, no íntimo, ainda o amava.

Belerofonte apresentou-se a ela, e convenceu-lhe não ser uma sombra do Hádes, e veio à sua procura falsamente cedendo aos seus encantos, e às suas pressões, que voltaram à tona. Então, pô-la na garupa de Pégasos, prometendo-lhe com ela ficar e levá-la ao seu pai, na Lícia. E, no caminho da Cária, empurrou-a do lombo do divino corcel, e ela foi despencar no mar perto da ilha de Mélos. E este ato indigno acabou desenhando o seu próprio destino.

Belerofonte, já em idade muito avançada, tornou-se orgulhoso, já que era, então, o rei supremo da Lícia e, como tal, envaidecido, acabou por cair no erro fatal da soberba: cometeu a estupidez de tentar visitar os deuses no Olimpo sem ser convidado.

Tomando um dia as rédeas de seu cavalo alado, disse baixinho ao seu ouvido:

— Vem, vamos conhecer a morada dos deuses!

Mas Pégasos, pela primeira vez, refugou; suas asas permaneciam comprimidas enquanto seus dentes mastigavam relutantemente o freio.

— Vamos, garoto, o que foi?

O cavalo, a contragosto, distendeu as asas e lançou-se ao espaço. Belerofonte saiu cavalgando Pégasos, em trajes de rei e usando uma coroa. Ele próprio pensava:

— Por que razão não terei direito também à Imortalidade, como tantos outros heróis?

Atravessando o mar, avistou de longe um brilho ofuscante.

— Estamos chegando, Pégasos!

Zeus, ao vê-lo, gritou:

— Maldito seja esse mortal presunçoso! Héra, minha querida, por favor, manda uma vespa picar Pégasos sob a cauda! Não será fatal, mas bastará para castigar esse humano ousado!...

De fato, Belerofonte foi um grande herói, que certamente teria um lugar entre os deuses do Olimpo, mas não soube esperar. Héra obedeceu, e uma vespa foi atormentar Pégasos com ferroadas nas ancas. Ele, não mais suportando, empinou, e Belerofonte caiu e rolou depois pelas encostas até cair em cima de um espinheiro, na planície de Ale.

Enquanto isso, Pégasos subiu sozinho ao Olimpo, a fim de ser amparado, esperando o dia que um herói mais digno pudesse ser o seu próximo ginete.

Depois disso, o destino de Belerofonte foi o de perambular sozinho sob a maldição de Zeus: aleijado, pobre e abandonado por seus amigos. Por mais que dissesse quem era, ninguém o conhecia, ou não lhe davam crédito. Enfim, desapareceu sem deixar vestígios. Zeus, por sua vez, capturou Pégasos e passou a usá-lo como animal de carga para transportar seus raios. Também Éos, na sua carruagem.

Pégasos teve seu nome no Céu, na Constelação de Pégasos (Pegasus).

FIM

Monstros, Gênios e Gigantes

ÁCMON – gigante, filho de Géa e Uranos.
ADAMÁSTOR – gigante, filho de Géa, a Terra.
AÉTON – Filha de tártaros e Géa, a Terra. Era irmã de Tífeo, Encélados, Córidon, Équidna e Palas.
AÉTON – O Rumor dos romanos. Era a águia que conduzia as armas de Zeus e costumava realizar os raptos pretendidos pelo rei do Olimpo.
ÁFIDAS – centauro que combateu contra os Lápitas.
ÁGIS – gigante, filho de Géa, a Terra. Vomitava fogo com uma fumaça negra e espessa. Foi morto por Atena, e sua pele serviu para revestir o escudo da deusa e sobre ela estampar a cabeça de Medusa.
ÁGRIOS – gigante antropófago, muito forte, filho de um urso e da ninfa Polifontis. Era irmão de Órios. Foi castigado por Hermes.
AIX – a “cabra” que foi confundida com a ninfa Amaltéia. Descendia de Hélios, o Sol, era tão horrenda que Géa, a pedido dos Titãs, a escondera numa caverna em Creta. Foi a cabra que aleitou Zeus-menino, num antro do monte Dicte. Diz-se que seu nome era mesmo AMALTÉIA, tirado do nome de sua dona, já que Amaltéia era uma das tantas Ninfas filhas do rei Melisseus.
ÁLBION – gigante, filho de Posseidon, que, com seu irmão Bérgion, atacou Heracles quando este voltava de Irítia com os Bois de Gérion.
ÁLCION – gigante, era um dos muitos filhos de Géa, a Terra e do escroto mutilado de Uranos. Era irmão-gêmeo de Porfírios, e ambos moravam no Istmo de Corinto. Ajudado por Atena, Heracles o matou com uma flechada.
ALCIONEUS – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Uranos. Foi pai das ninfas Alciônides. Só tinha força enquanto pisasse nos Campos Flegreanos, em Palene, na Macedônia. Durante a Gigantomaquia, foi morto por Heracles, quando este regressava com os Bois de Gérion.
ALOEUS – gigante, era um rei de Tégea, na Arcádia. Seus pais eram Poseidon e Cânace, filha de Éolos e Enárete. Assumiu a paternidade dos gigantes Alóades.
ÁLIBAS – Demônio, a alma de Polites (antigo companheiro de Ulisses). Foi vencido pelo herói Éutimos, de Lócris, na Itália.

OS ALÓADES – gigantes, filhos de Poseidon e Ifiomédia (filha de Tríopas). Chamavam-se Efialtes e Ótos, declararam guerra aos deuses e morreram em Náxos, ambos fulminados por Zeus.
ALPOS – gigante da Sicília, dos montes Peloros. Era filho de Géa, a Terra. Tinha muitos braços e uma cabeleira de cem víboras. Costumava devorar quem quer que passasse em seus domínios. Foi morto por Dionisos.
ÂMICOS – gigante, filho de Poseidon e da ninfa Mélie. Foi rei dos Bebrícios, na Bitínia (Ásia Menor), que na época pertencia aos domínios da Trácia. Foi pai de Licurgos e adotou Butes (filho de sua mulher com o vento Bóreas). Desafiou os Argonautas para um combate, e foi morto por Polideuces (Pólux).
ÂMICOS – centauro, filho de Ofíon. Foi morto por Héracles.
ÂMPELOS – um sátiro da Frigia, filho de um sátiro e de uma ninfa. Foi amado por Dionisos. Morreu muito jovem ao cair de uma videira. Foi posto no céu, entre as Constelações.
ANFAREUS – centauro que foi morto por Teseus, nas núpcias de Píritous.
ANFIMÉDON – um centauro.
ÁQUELOUS – deus-rio que se transformou em touro para duelar com Héracles pela posse da princesa Dejanira, e foi vencido.
ÁRION – extraordinário cavalo nascido de Poseidon e Deméter, ambos transformados em equinos. Poseidon fé-lo surgir da terra com um golpe de seu tridente. Era dotado de palavra e sentimentos humanos. Tinha os pés humanos. Foi criado nas cavalariças do rei Oncos (ou Cápreas), em Haliarta, na Arcádia. Logo ao nascer, foi alimentado pelas Ninfas. Pertenceu a Héracles e ao rei Adrastos.
ÁRGOS – gigante de força prodigiosa, filho de Aréstor (ou Agenor, rei de Argos). Tinha cem olhos espalhados pelo corpo, que pelo menos cinqüenta deles o mantinham sempre acordado. Foi o matador da terrível Équidna (filha de Crisáor e Calírroe). Foi morto pelo deus Pan.

OS ARIMASPES – Ciclopes que moravam nos confins da Trácia com a Sarmácia, nas proximidades dos montes Rifeus (os montes Cárpatos? os montes Urais?). Guerreiros, vestiam roupas semelhantes às das Amazonas, cujos elmos ostentavam cristas e penachos. Eram inimigos dos Grifos, com os quais lutavam.
ASBESTOS – gênios maléficos, temidos pelos oleiros, por causa dos perigos com que ameaçavam a cozedura dos vasos.
ÁSBOLOS – centauro e hábil adivinho. Combateu os Lápitas.
ASCÁLAFOS – Filho de Aqueronte e da ninfa Orfne. Era oficial do deus Hádes. Estava encarregado da guarda de Core (Perséfone), nos Campos Elísios.
ASCOS – gigante, em conformidade com o rei Licurgos, amarrou e precipitou Dionisos num rio. Hermes salvou sua vida e esfolou o gigante. De sua pele, Dionisos fez um odre para guardar vinho.
ÁSTILOS – centauro e adivinho famoso. Fez inúteis esforços para desviar seus irmãos de se engajarem nas tropas que se preparavam contra os Lápitas. Prevendo os funestos sucessos dessa querela, retirou-se com seu amigo Nessos.
ÁTLAS – gigante da raça dos Titãs. Filho de Jápetos e da oceânide Clímene (Ásia). Era irmão de Mênetos, Prometeus e Epimeteus. Com a oceânide Aetra, teve as filhas Híades. E com Plêione, teve as Plêiades e o filho Hías. Supostamente teria sido pai ou avô das ninfas Hespérides. Tomando partido ao lado dos Titãs, foi punido por Zeus a sustentar nos ombros o firmamento, que ameaçava ruir, para todo o sempre.
ÁUGIAS, filho de Hélios (o Sol) e Hírmine (filha de Neleus), reinava em Elis, na Élide. Era humano, mas considerado da raça dos Gigantes.
BÁBIS – um sileno, filho de Hiágnis e irmão de Mársias. Por ter desafiado Apolo para uma disputa musical, só não teve o mesmo fim de Mársias porque era tão inábil no instrumento que o deus preferiu poupá-lo.
BÉRGION – gigante, filho de Poseidon, que, com seu irmão Álbion, atacou Heracles quando este voltava de Irítia com os Bois de Gérion.

OS BOIS DE HÁDES – bois de pelo avermelhado, que pertenciam à manada protegida pelo pastor Mênetes, que desafiou a força de Héracles, quando este foi buscar o mastim Cérberos nos Infernos. Só não foi morto pelo herói graças a Perséfone.
BRIAREUS (ou EGÉON) – um dos Hecatônquiros.
BRONTES – um dos Cíclopes Uranianos.
BÚFAGOS – gigante e heróis da Arcádia. Filho de Jápetos e da ninfa Tórnax. Durante a guerra entre Héracles e Áugias, Búfagos e sua mulher Prone recolheram Íficles (irmão de Héracles), que tinha sido ferido. Cuidaram dele até a morte.
BUSÍRIS – filho de Poseidon e Lisianassa (ou Anipe, filha de Épafos e Mênfis). Era primo-irmão de Busíris (filho de Poseidon e Líbia). Era irmão do gigante Anteus, rei de Lixos, na Mauretânia. Considerado um gigante pelos gregos, recebeu de Osíris o governo do Egito. Foi morto por Héracles.
CACOS – filho do deus Hefaístos, era um gigante metade homem, metade sátiro, que vomitava turbilhões de chamas e fumo. Habitava numa caverna próxima ao monte Aventino, na Itália. Foi morto por Héracles, quando este voltava de Irítia com os bois de Gérion.
CAMPÊ – carcereira que guardava os Ciclopes e os Hecatônquiros nas prisões dos Infernos, servindo os propósitos de Cronos. Era um demônio do sexo feminino, um ser monstruoso. Foi morta por Zeus, quando este foi libertar os Ciclopes e os Hecatônquiros para tê-los como aliados contra o pai Cronos.
CAMPÊ – monstro do sexo masculino, filho de Géa, a Terra. Fez terríveis devastações na Líbia, e foi morto por Dionisos.
CÂNCER – caranguejo de natureza monstruosa, que foi mandado por Héra contra Héracles, quando o herói estava ocupado em combater a Hidra de Lerna. Ele foi mordido no calcanhar, e o animal foi esmigalhado com um pontapé. Morto, a deusa Hera colocou-o no número das Constelações.

CARÍBDIS – a princípio uma ninfa que protegia e alimentava o monstro Cila. Por tentar roubar os bois de Gérion em poder de Heracles, foi punida por Zeus, que a precipitou ao mar, onde surgiu um turbilhão de natureza monstruosa, em frente de onde habitava o monstro.
CARONTE – o barqueiro do Estige e do Aqueronte, nos Infernos. Transportava as sombras para o lado oposto das margens desses rios, dando entrada às almas dos seres-humanos. Era filho de Érebos e Nix. Vestia roupas longas e largas, manchadas pelo limo dos rios lamacentos.
CARRO DO SOL – carruagem solar, guiada pelo deus Hélios, atrelada pelos cavalos Flégon, Éous, Pírois e Aéton. Foram acrescentados ainda os cavalos Brontes, Lâmpon, Cronos, Astropeus, Faéton e Xantos.
CÉCROPS – filho de Géa, a Terra. Era metade humano, a parte de cima, e metade serpente ou dragão, a parte de baixo. Tornou-se rei civilizador de Atenas. Foi considerado o primeiro de uma linhagem que chegou a Teseus.
CEDÁLION – cíclope anão, servo da deusa Héra. Ensinou Hefaístos, em Lemnos, a trabalhar o ferro, o bronze e os metais preciosos. Tornou-se guia de Órion, quando este ficou cego.
OS CENTAUROS - No geral, filhos de Íxion e de uma ninfa, Néfele, exceto Quíron e Fólos, que tinham outras origens. Originalmente eram metade homem, metade cavalo, mas tinham pernas humanas na parte anterior. Mais tarde, foram representados sob aspecto humano somente do peito para cima. Tinham orelhas pontiagudas, menos as suas mulheres legítimas, as Centauresas. Seus filhos eram os Hipocentauros. Habitavam as colinas do Ossa, na Tessália, separados do Olimpo pelo vale de Tempe e pelo rio Peneus.
CERASTES – cíclope. Sobre seu túmulo, onde foi sepultado, os Atenienses imolaram as filhas do lacedemônio Jacintos.

CÉRBEROS – filho de Tífon e Équidna, era um mastim de três cabeças, com cauda de serpente, dentes negros e com cem víboras eriçadas em seu pescoço. Seu antro ficava do outro lado do Aqueronte e do Estige, entre plantas pantanosas, que emergiam do negro limo infernal, à entrada do Érebos. Guardava a porta de entrada.
OS CÉRCOPES (ou PÍTECOS) – filhos de Lênon (ou Sennon ou Téia). Originalmente eram dois jovens bandidos, Básalas e Áquemon. Tinham grande porte e de considerável força. Moravam em Éfesos e assaltavam os transeuntes da Meônia. Foram capturados por Héracles. Zeus os transformou em macacos e foram transportados para as ilhas de Prócris e Ísquia, na tália, que passaram a levar o nome de Ilhas Pitecusas. Os bandidos se tornaram adultos e geraram descendentes.
CETO (ou TESÉIA) – monstro-marinho do sexo feminino. Filho de Pontos e Géa, a Terra. Uniu-se ao irmão Fórcis, dando à luz as Gréias, as Górgonas e a ninfa Toossa, todas chamadas Fórcides. Foi morta por Héracles nas praias de Tróade.
CETOS – “monstro-marinho”, supostamente sem nome, que foi enviado por Poseison para devastar as praias do rei Cefeus, em Íope, na Fenícia, e ao qual Andrômeda foi exposta, a fim de expiar uma ofensa da rainha Cassiopéia à deusa Tétis. Perseus o matou utilizando a cabeça de Medusa.
OS CÍCLOPES CONSTRUTORES – gigantes de um só olho que construíram os grandes monumentos da época pré-histórica da Hélade (Grécia), como as fortificações de Tirinto, Argos e Micenas. Os Coríntios prestaram-lhes culto. Talvez fossem um povo trácio, cujo rei se chamava Cíclops. Deviam ser habilíssimos na arte de construir e haviam sido expulsos da Trácia, espalhando-se pelo Peloponeso, por Creta e pela Lícia.
OS CÍCLOPES FERREIROS – gigantes de um só olho que viviam na Sicília, sob o monte Etna. Trabalhavam nas forjas e oficinas de Hefaístos. Os mais famosos foram Pirácmon e Acamas.

OS CÍCLOPES PASTORES – gigantes de um só olho, filhos de Poseidon e Géa, a Terra. Eram antropófagos e selvagens, ignoravam a agricultura, não tinham leis, nem respeitavam os deuses. Criavam carneiros, moravam em cavernas e não conheciam o uso do vinho. Destes, o mais célebre foi Polífemos, do mito de Ulisses. Outros também habitavam nos Campos Flegreanos da Itália, perto da cidade de Neápolis (hoje Napoli).
OS CÍCLOPES URANIANOS – gigantes de um só olho, filhos de Uranos e Géa, a Terra. Eram fortes e hábeis. Deram a Zeus o trovão, o raio e o relâmpago. Fizeram para Hádes um elmo que o tornava invisível, o mesmo que Perseus utilizou para matar Medusa. Fabricaram o tridente de Poseidon. Seus nomes eram Argeus, Estérops e Brontes.
CÍFIOS – cavalo que Poseidon fez nascer de uma pedra.
CILA – Filha de Fórcis e Hécate, ou de Tífon e Équidna. Era uma ninfa lindíssima que foi transformada num monstro horrível pela feiticeira Circe. Horrorizada, passou a isolar-se no estreito de Messina, e sua amiga Caríbdis passou a protegê-la. Foi morta por Heracles, mas seu pai a ressuscitou, e ela passou a atormentar os navegantes que por lá passavam, entre eles os Argonautas e Ulisses.
CÍMELOS – um centauro.
CLÂNIS – centauro que combateu contra os Lápitas, durante as núpcias de Píritous, e foi morto por Teseus.
CLÍTIOS – gigante, filho de Géa e do escroto mutilado de Uranos. Foi morto pela deusa Hécate, a golpes de tocha, ou talvez por Hefaístos.
CÓRIDON – gigante, filho de Géa, a Terra. Tártaros era seu pai. Seus irmãos legítimos eram Encélados, Tífeo, Palas, Aéton e Équidna.
CRISÁOR (ou GALÁOR) – gigante que nasceu dos amores entre Poseidon e Medusa, quando esta ainda era uma ninfa. Nasceu com a morte de Medusa, logo depois de seu irmão Pégasos. O gigante nasceu com uma espada de ouro na mão, donde recebeu o nome, e passou a reinar na Hespéria (hoje a Espanha), onde teve os filhos Équidna e Gérion, que teve de sua esposa, a oceânide Calírroe.

CRISÓMALOS – o Carneiro de Velo de Ouro, assimilado ao signo de Áries. Alado, tinha a faculdade de falar. Nasceu de Poseidon e da ninfa Teófane (ou Bisáltis). Hermes deu-o de presente a Néfele, mãe de Frixos e Héle, com o fito de protegê-los.
CROBOS – Demônio que aprisionou os Ciclopes e os Hecatônquiros nos Infernos, e Campê passou a vigiá-los.
CROCOS – belo centauro, amante da ninfa Esmílax. Depois do amor infeliz entre os dois, foi transformado em açafrão, enquanto que a ninfa foi mudada na flor conhecida por esmilace, “salsaparrilha”.
DAMÁSEN – gigante gerado por Géa, a Terra. Nasceu barbudo e já recebeu armas das mãos de Ilítia, a deusa dos partos. Foi criado por Éris, a deusa da discórdia. Logo que atingiu a maioridade, adquiriu força prodigiosa. Matou o dragão que havia devorado Tilos, um jovem da Lídia. Damásen arrancou uma árvore e esmagou o monstro.
DAMÁSTOR – gigante, usou um companheiro seu, petrificado por Atena, e lançou-o contra os deuses.
DÂMISOS – o mais rápido dos Gigantes rebeldes. Depois de morto, um dos ossos de seu pé, o calcanhar direito, serviu para substituir o do menino Aquiles, que havia sido queimado pela mãe Tétis, para torná-lo invulnerável. Essa troca fez de Aquiles o mais veloz dos gregos que pisaram em Tróia.
DÉLFINA – um dragão que velava em Delfos, na fonte junto à qual se encontrava o velho Oráculo de que Apolo se apoderou e transformou em santuário.
DEMÓLEON – centauro, foi morto por Teseus.
DÍCTIS – centauro morto por Píritous.
OS DÓLIOS – gigantes da Propôntida que constantemente desciam das montanhas para atacar a cidade do rei Cízicos. Os Argonautas, de passagem pelo país, conseguiram expulsá-los e mata-los. Há autores que identificaram os Dólios como sendo o nome do povo que vivia em Cízica.
DRAGÃO DA CÓLQUIDA – filho de Tífon e Équidna. Guardava o Velo de Ouro de Frixos. Foi adormecido por Medeia, possibilitando a Jáson conquistar o prêmio almejado pelos Argonautas.

DRAGÃO DE ÁRES – dragão que Cadmos teve que matar, quando foi estabelecer-se na Hélade, tendo que servir de escravo do deus para expiar o seu crime, para depois fundar a cidade de Cadméia (futura Tebas).
DRAGÃO DE IRÍTIA – que protegia a ilha do rei Gérion. Foi morto por Héracles.
DRAGÃO DE RODES – morto pelo herói Forbas (neto de outro Forbas, filho de Argos). Foi posto por Apolo entre os Astros.
OS DRAGÕES DE MEDÉIA – dois monstros alados que puxavam o carro de Medeia. A feiticeira utilizou-os na sua fuga de Atenas, depois que foi vencida e expulsa por Teseus, futuro rei da cidade.
OS DRAGÕES – nome genérico de uma grande quantidade de feras da Mitologia Grega, entre os quais Píton, Ládon, a Hidra, o dragão de Ares, da Cólquida, de Irítia, de Rodes, os dragões de Medéia, Tífon, Équidna, etc.
DRÍALOS – filho do centauro Peuceus.
EFIALTES – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Uranos. Foi morto por Apolo e Héracles.
EFIALTES – um dos gigantes Alóades.
OS EGIPÃS – da raça dos Sêmones, eram divindades campestres, muito peludas, meio caprinos, meio homens, e tinham chifres e pés de cabra. Viviam nos flancos das montanhas e moravam em grutas. O primeiro dos Egipãs foi filho do deus Pan e da ninfa Ega.
OS EGIPÃS MARINHOS – demônios da Líbia, de raça inferior, híbridos, com cabeça de cabra e cauda de peixe.
EMPUSA – espectro do cortejo de Hécate. Morava nos infernos, suscitando os terrores da Noite. Tinha apenas um pé, de bronze, e nutria-se de carne humana. Para atrair os homens, aparecia como uma bela mulher. Hécate o monstro para assustar os condenados do Tártaros.
ENCÉLADOS – gigante, filho de Géa e Tártaros. Foi sepultado vivo sob o monte Etna, na Sicília, pela deusa Atena, durante a Gigantomaquia.

ÉQUIDNA – monstro com corpo de uma bela mulher, tinha cauda de serpente. Vivia numa caverna da Cilícia, no país dos Arimas, ou numa caverna da Síria. Era filha de Tártaros e Géa, a Terra. Uniu-se a Tífon e deu à luz os monstros Ortros, Cérberos, a Hidra, Quimera, o Leão de Neméia, o Dragão da Cólquida, Ládon, Górgon e Féa (a mãe do Javali do Erimantos). Com o filho Ortros, deu à luz Fix, a Esfinge de Tebas. O gigante Argos foi incumbido de matá-la.
ÉQUIDNA – princesa dos Hiperbóreos, diz-se que era disforme e monstruosa (TEORICAMENTE, JÁ QUE A REPRESENTAÇÃO DE RÉPTIL É EMBLEMÁTICA, PURAMENTE CULTURAL, VISTO QUE OS HIPERBÓREOS ERAM ADORADORES DE APOLO, REPRESENTADO PELA "SERPENTE").
Era filha de Crisáor e Calírroe, e Gérion era seu irmão. Somente devolveu os bois de Gérion (na verdade foram AS ÉGUAS DE DIÓMEDES) a Héracles depois de convencê-lo a deitar-se com ela.
Dessa união, nasceram Agatirsos e Gelonos, e talvez Cites, o tronco dos Citas (MAIS CERTO QUE FOSSE FILHO DE ZEUS E ÉQUIDNA).
Équidna teria também um filho chamado GÓRGON, que reinou sobre os Tartessos.
Foi erroneamente confundida com a outra ÉQUIDNA, filha de Tártaros e Géa, que com Tífon gerou um bom número de monstros.
EREUTÁLION – gigante da Arcádia. Foi morto por Nestor, filho de Neleus, num combate singular.
ERICTÔNIOS – nascido acidentalmente através do sêmen de Hefaístos sobre a Terra, nasceu disforme, tal qual Cécrops, com corpo de serpente, segundo boatos da época.
AS ERÍNIAS – deusas da violência e do terror. Personificavam a Maldição, o Remorso, a Vingança divina e o Castigo. Nasceram do sangue de Urano mutilado que caiu sobre a Terra, fecundando-a; ou ainda, filhas de Aqueronte e Nix. Velhas, repulsivas, eram gênios alados e tinham os cabelos entrelaçados por serpentes, tal qual as Górgonas. Empunhavam tochas e chicotes e vestiam-se de negro. Eram elas: Alecto, Megera e Tisífone.
ESFINGE DE TEBAS – cujo verdadeiro nome era Fix, monstro terrível, era originária do Egito, onde habitavam as Esfinges. Era filha do cão Ortros e sua mãe era Équidna. Tinha a cabeça e os seios de mulher, corpo de cão, garras de leão, asas de águia e cauda armada de dardo. Héra enviou-a contra os Tebanos por causa da morte de Crísipos (filho de Pélops), cujo feito foi destinado equivocadamente ao rei Laios. Foi vencida por Édipos.
AS ESFINGES – monstros alados, com cabeça e seios de mulher, asas de águia, corpo e garras de leão. Os egípcios acreditavam em Esfinges masculinas e não-aladas.

ESTÍFELOS – um centauro.
AS ESTINFÁLIDES – aves monstruosas, filhas de Estínfalos, um rei da Arcádia, e de Órnis. Elas haviam sido amaldiçoadas e transformadas em terríveis monstros, amestradas pelo deus Áres, numa ilha perto do Bósforo, na Ásia Menor, chamada Ilha de Áres. Com freqüência migravam para o sul indo instalar-se no lago Estínfalos (hoje Zaraka), na Arcádia. Foram mortas por Héracles.
AS ESTRIGES – corujas e bufos que chupavam o sangue das crianças. Foram confundidos com as bruxas que se transformavam em animais. Eram vampiros que arrebatavam as crianças dos berços a fim de lhes sugar o sangue.
EURIMÉDON – gigante e rei de Hipéria, na Itália. Governava sobre um povo de Ciclopes. Foi pai de Peribéia (mãe de Nausítoos) e supostamente o pai do gigante Prometeus.
ÊURIMOS – um cíclope, pai do adivinho Télemos, do país dos Cíclopes, na Sicília.
EURÍNOMOS – demônio negro dos Infernos. Devorava a carne dos cadáveres, deixando só os ossos. Montava um enorme abutre.
EURÍTION – centauro, tentou se apoderar de Mnesímaca (filha de Dexâmenos, rei de Ólenos) e foi morto por Héracles.
EURÍTION – centauro, tentou raptar e violentar a noiva de Píritous, originando a batalha entre Centauros e Lápitas.
EURÍTION – boiadeiro do rei Gérion. Era um gigante de duas cabeças.
ÊURITOS – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Úranos. Foi morto por Dionisos, durante a Gigantomaquia.
EVÔNIMOS – gigante, deu nome a uma das tribos da Ática.
FÁLEROS – um centauro.
FAMA – filha de Géa, a Terra. Era a mensageira de Zeus. Gigantesca, tinha longas asas, com um número quase infinito de olhos, com plumas pelo corpo e tinha cem bocas e cem orelhas. Morava num palácio de bronze sonoro, no meio do mundo, nas fronteiras da terra, do mar e do céu. Representava o boato, a notícia, a voz pública.
FAMULUS – gênio local, entre os romanos, que aparecia sob a forma de uma serpente.

OS FAUNOS – deuses rústicos particulares da Itália. Habitavam os campos e as florestas. Eram Sêmones, estavam sujeitos à morte, mas atingiam elevada idade. Eram menos brutais, grosseiros e feios que os Sátiros. Tinham corpo humano, chifres de cabra e, da cintura para baixo, tinham a forma de bode. Eram identificados aos Paniscos, que, segundo os gregos, eram pequenos Pãs, menores que os Pigmeus, que se diziam filhos do deus Pan e Panina.
FÉA – porca selvagem, monstruosa, filha de Tífon e Équidna. Era mãe do Javali do Erimantos, na Arcádia. Foi morta por Teseus em Crômion, perto de Atenas.
FÊNIX - a Hinotori romana. Ave fabulosa, era originária da Etiópia. Estava ligada ao culto do Sol, entre os egípcios. Espécie de águia, sua plumagem era vermelha cor-de-fogo, azul claro, púrpura e dourada. Tinha na cabeça um topete vermelho-vivo. As penas do pescoço eram douradas, as da cauda eram brancas, entremeadas de algumas vermelhas. Seus olhos eram brilhantes e era a ave mais bela e mais irisada que o pavão. Vivia em torno de 500 anos, havendo apenas uma no mundo, e renascia das chamas que ela mesma produzia.
FEÓCOMES – gigantesco centauro. Cobria-se com várias peles de leão. Foi morto por Nestor, filho de Neleus.
OS FERES – raça de Centauros, filhos das Náiades (filhas do deus-rio Lamos). Cuidaram de Dionisos, o enjeitado de Zeus. No início, tinham unicamente aparência humana, mas Hera pôs-lhes orelhas compridas, cauda de cavalo, belos chifres de boi, olhos grandes e compridos, dentes afiados e compridos e uma crina longa estendida até os pés.
FÓLOS – centauro de natureza híbrida, filho de Silenos e de uma melíade. Vivia em Fóloe, na Arcádia, e foi educado por Sátiro. Era amigo de Héracles e do centauro Quíron. Morreu acidentalmente no enterro dos seus parentes Centauros, depois que estes lutaram contra Héracles.
FONOLÊNIDES – um centauro.

FRAUDE – deusa romana da má fé. Filha de Nix e Móros, o Destino. Era monstruosa, tinha cabeça humana, corpo de serpente e cauda de escorpião. Fora d’água, só aparecia a cabeça de aparência suave e agradável, representando assim que as aparências enganam. Vivia no rio Cocitos, nos Infernos.
GÉRION – gigante de três cabeças ou torso tríplice até a altura dos quadris. Tinha asas e seis braços. Era filho de Crisáor e da oceânide Calírroe, e Équidna era sua irmã. Seu reino ficava em Irítia (hoje a península de Cádiz, na Espanha), na região dos Tartessos. Foi morto por Héracles.
OS GIGANTES – Guígai (em grego), de modo geral eram filhos de Géa, a Terra, nascidos do sangue de Úranos, quando este foi mutilado por Cronos. Eram também chamados de Ctonianos por terem nascido da Terra. Haviam sido gerados para vingarem os Titãs, que Zeus lançara no Tártaros. Apesar da origem divina, eram mortais, porém a Mãe-Terra podia lhes devolver a vida e lhes dar força. Muitos deles tinham serpentes em vez de pernas.
OS GOLFINHOS (ou DELFINS) – eram animais de estimação de Poseidon. Serviam a outros deuses marinhos, inclusive à deusa Afrodite. Foram representados no signo de Peixes.
GÓRGON – um dos filhos de Tífon e Équidna. Tornou-se rei dos Tartessos, na Hespéria (Espanha). Foi pai do veloz Hábis.
AS GÓRGONAS – eram irmãs das Gréias e da ninfa Toossa. Representavam as Deformações Monstruosas da Alma. Monstros horrendos, tinham serpentes e asas na cabeça, grossas presas como as do javali, garras de bronze, asas de ouro, corpo de víbora e tinham o poder de transformar em pedra a todos que trocasse um olhar. Essa, pelo menos, era a característica particular de Medusa. As outras chamavam-se Euríale e Ésteno. Foram as únicas sobreviventes da guerra que travaram contra as Amazonas da rainha Mírine e os Atlantes, no tempo em que habitavam as Ilhas Gorgônidas, perto da Ilha das Hespérides (hoje Cabo Verde). Na época em que foram derrotadas por Perseus, habitavam em Thule (hoje Ilhas Shetland, ao norte da Grã-Bretanha).

GRÁTION – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Úranos. Foi morto por Ártemis durante a Gigantomaquia.
AS GRÉIAS (ou GRAIAS) – chamadas assim por já terem nascido velhas. Chamavam-se Ênio, Péfredo e Deino. Nasceram de Forcis e Ceto, divindades marinhas. Tinham um só olho e um só dente para as três usufruírem. Eram as irmãs mais velhas das Górgonas e da ninfa Toossa. Viviam no país da Noite, na terra dos Hiperbóreos, para além da Ciméria (no norte da Europa).
OS GRIFOS – animais com asas e cabeça de águia, tinham corpo, patas e cauda de leão. Viviam nos desertos gelados da Cítia (aproximadamente a Ucrânia e a Rússia) e no país dos Hiperbóreos. Os pequenos Grifos eram atrelados ao carro de Apolo, e os grandes guardavam os tesouros de Géa contra os assaltos dos gigantes Arimaspes.
GRÍNEO – um centauro, matou o lápita Bróteas, durante as núpcias de Píritous.
OS GROUS – aves de rapina que faziam guerra perpétua contra os Pigmeus da Trácia, habitantes da cidade de Gerânia. Vinham da Cítia, anualmente, para atacá-los. Em troca, os Pigmeus trácios comiam seus ovos.
AS HÁRPIAS – monstros com aspecto de velhas, com corpo de abutre, bico e unhas aduncas, orelhas de urso, mamas pendentes e flácidas, longa cabeleira e garras nos pés e nas mãos. Eram carniceiras, asquerosas e tinham um odor insuportável. Eram filhas de Taumas e Electra, e a doce e benfazeja deusa Íris era sua irmã. Eram várias, mas as principais chamavam-se Aelo, Céleno, Ocíptoe e Podarge, todas com o dom da profecia. Após serem expulsas da Trácia pelos heróis Zétes e Calais, foram morar nas ilhas Estrófades, no mar Egeu.
HÉCATE – deusa originária da Trácia, foi primitivamente uma deusa lunar. Era filha de Pérses (filho do deus Hélios) e Astéria (filha do titã Céos). Presidia às mágicas e aos encantamentos, estava ligada diretamente ao Mundo dos Mortos, e aparecia aos feiticeiros com uma tocha em cada mão ou, às vezes, em forma de animais ou com a cabeça em forma de chacal.

HECATÔNQUIROS – os Centímanos dos romanos, eram monstros de cem braços e cinqüenta cabeças. Eram filhos de Uranos e Géa, a Terra. Seus irmãos legítimos eram os Titãs, os Cíclopes Uranianos e o gigante Ógigos (ou Ofíon). Chamavam-se Cótos, Gias e Briareus (ou Egéon).
HÉLIMOS – um centauro.
HIÁGNIS – homem híbrido da Frigia que inventou a harmonia frigia e compôs cânticos e hinos em honra de Cíbele, Dionisos e Pan. Era pai dos silenos Mársias e Bábis.
HIDRA DE LERNA – filha de Tífon e Équidna, era um dragão de nove cabeças, uma indestrutível e oito que renasciam duplamente sempre que cortadas. Simbolizava os Vícios múltiplos e os Vícios banais. Habitava os pântanos mefíticos, em Lerna, junto ao Vestíbulo dos Infernos, que tinha aproximadamente 62 metros de circunferência. Expelia veneno pela boca, produzindo incêndios ao seu redor. Seu sangue era pestilento, e Héracles embebeu suas flechas para torná-las definitivamente mortais.
HILES – um centauro.
HILEUS – centauro que foi morto por Heracles, durante o combate entre Lápitas e Centauros.
HILEUS – centauro que tentou, sem sucesso, violentar Atalanta. Ele e seu amigo Recos perseguiram-na, e foram mortos pela heroína.
OS HIPOCAMPOS – cavalos-marinhos que puxavam a carruagem de Poseidon. Faziam parte de seu cortejo e de Anfitrite. Tinham crinas de ouro, somente duas patas e cauda de peixe.
OS HIPOCENTAUROS – os filhos dos Centauros e das Centauresas.
OS HIPOGRIFOS – animais fabulosos, alados, meio cavalo meio grifo, que geralmente puxavam a carruagem de Apolo.
HIPÓLITOS – gigante, filho de Géa e do escroto mutilado de Úranos. Foi morto por Hermes, que usou em seu favor o elmo de Hádes.
HOPLÁDAMOS – gigante, acompanhou Réia, quando ela fugiu, levando no ventre Zeus por nascer. Ele a protegeu contra um possível ataque de Cronos.
HÓRCOS (ou ORCOS) – gênio da morte, simbolizando o Juramento. Filho da deusa Éris, era um gigante barbudo.

OS ICTIOCENTAUROS – os Centauros marinhos. Tinham busto de homem, cauda de peixe e patas de leão. Pertenciam ao cortejo de Poseidon e Anfitrite.
IMBREUS – um centauro.
JAVALI DE CÁLIDON – javali de grande porte enviado pela deusa Ártemis para assolar os campos do rei Oineus. O príncipe Meléagros reuniu em torno de si vários heróis para capturá-lo ou matá-lo, e ele mesmo tornou-se o campeão da competição.
JAVALI DO ERIMANTOS – animal terrível, monstruoso javali que habitava no monte Erimantos, na Arcádia. Era filho de Féa, a javalina de Crômion. Foi capturado vivo por Héracles.
LÁDON – filho de Tífon e Équidna, era um feroz dragão de cem cabeças que vigiava os célebres pomos de ouro do Jardim das Hespérides, no país de Hespéritis (hoje uma das ilhas de Cabo Verde). Morto por Héracles, foi posto por Hera nas Constelações.
LÂMIA (ou SÍBARIS) – filha de Belos e sua mãe Líbia, ou seja, era filha de um incesto. Tinha primos ilustres: Cadmos, Europa, Cílix, Fênix, Atimnos e Tásos. Era meia-irmã de Egito, Dânao e Antíope, também de Agenor e Busíris. Teve vários filhos com Zeus, e todos foram mortos pela ciumenta deusa Héra. Lâmia foi esconder-se numa caverna do monte Círfis, transformando-se com o tempo em um monstro que passou a raptar e devorar crianças. Foi morta pelo jovem herói Euríbates (filho de Éufemos). De seu sangue surgiu uma fonte chamada Síbaris.
AS LÂMIAS – gênios femininos, de rosto de mulher, que sugavam o sangue dos jovens. Se escondiam nos silvados, ao longo dos grandes caminhos, para surpreender e devorar os transeuntes.
LAMOS – rei dos Lestrigões, um povo de gigantes antropófagos que habitavam a costa da Itália, no território dos Volscos. Filho de Poseidon, fundou a cidade de Fórmias.

LEÃO DE NEMÉIA – filho de Tífon e Équidna. Enorme leão de couro tão duro que não podia ser trespassado por qualquer arma exceto suas próprias garras. Habitava uma caverna com duas saídas, nas proximidades de Cleone e Neméia, na Argólida. Héracles asfixiou-o com o aperto de seus braços, matando-o, e usou as garras da própria fera para cortar o coro e vestir-se com ele.
LÉLAPE – o cão de Prócris, um animal maravilhoso, de força prodigiosa, originário de Creta. Zeus colocou-o como guarda da princesa Europa, em Creta, depois de tê-la raptado. De acordo com as leis do Destino, deveria ultrapassar na corrida o que perseguisse. Anfitríon utilizou-o para caçar a raposa de Teumesse, mas não conseguiu alcançá-la e foi transformado em pedra.
LÉLATOS – um titã. Com Peribéia, teve a filha Aura, a ninfa da Brisa.
OS LÊMURES – almas dos mortos, espectros, gênios malfazejos que atormentavam as pessoas. Eram fantasmas dos criminosos, homens maus. Eram o contrário dos Lares.
OS LESTRIGÕES – gigantes antropófagos que habitavam a região de Fórmias, na costa das cercanias de Gaeta, ao norte da Campânia, na região dos Volscos. Segundo uma versão tardia, teriam habitado as ilhas de Trinácria (Sicília) e Cirnos (Sardenha). Atacaram os navios de Ulisses.
LÍCIDAS – um centauro.
LICOS – um centauro.
LÍCOTAS – um centauro.
LIMOS – a personificação da Fome. Era filha de Éris, a deusa da discórdia, ou de Nix, a Noite. Ficava às portas dos Infernos, ou às margens do Cocitos, ou numa montanha gelada, o Cáucasos, na Cítia, onde passou a roer a pouca vegetação lá existente.
LOBO DE PSÂMATE – lobo monstruoso enviado por Psâmate, uma das Nereidas, contra os rebanhos de Télamon e Peleus (filhos de Éacos).
MACAREUS – um centauro.
MACROSÍRIS – um gigante. Foi sepultado perto de Atenas, e sua sepultura tinha 100 pés de comprimento.

MÁRSIAS – um sileno natural de Célenas, na Frigia. Era filho de Hiágnis e irmão de Bábis. Foi pai e mestre do flautista Olimpos. Perto de Célenas, deu-se uma disputa musical entre ele e o deus Apolo. Vencido, o deus o matou. Logo, o pranto dos Sátiros e das Dríades fez surgir um rio que se chamou Mársias.
MEDUSA – Única mortal e visível entre as Górgonas. No início, era uma bela ninfa que o deus Poseidon teve a infelicidade de possuí-la no Templo de Atena. A deusa transformou-a num monstro horripilante tal qual as Górgonas que existiam e fê-la a elas misturar-se. Tinha o dom de transformar em pedra qualquer ser que trocasse com ela um olhar. Foi morta por Perseus, filho de Zeus e Dânae. A imagem de seu rosto demoníaco ficou estampada no escudo da deusa Atena. De Medusa, após sua morte, nasceram Pégasos e Crisáor.
MELANEUS – um centauro, famoso por sua habilidade em caçar javalis.
MELÂNIA (ou CIRENITA) – a Corça dos Pés de Bronze. Corça maravilhosa, de raça imortal, de cornos de ouro e cascos de bronze, habitava o monte Círene, na Arcádia. Foi perseguida e capturada por Héracles. Pertencia à deusa Ártemis.
MÊNETES – filho de Ceutrônimos, era o guardião dos rebanhos de Gérion, o rei de Irítia, e guardava também os Bois de Hádes nos Infernos. Quis enfrentar Héracles nos Infernos e quase foi morto por ele não fosse a deusa Perséfone a impedi-lo.
MÊNETOS (ou MENÉCIS) – gigante da raça dos Titãs, era filho de Jápetos e Clímene. Seus irmãos chamavam-se Atlas, Prometeus e Epimeteus. Foi fulminado por Zeus, em virtude de sua maldade e do seu orgulho, e foi aprisionado no Érebos.
MIMAS – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Úranos. Foi morto por Hefaístos, com ferro em brasa.

MINOTAUROS – cujo verdadeiro nome era Astérios, era filho de Pasífae e do Touro de Poseidon. Pasífae era esposa de Minos, rei de Creta. Tinha corpo de homem e cabeça e pernas de touro. Alimentava-se de carne crua, preferindo caçar suas vítimas, por isso foi aprisionado no Labirinto, construído por Dédalos. Foi morto por Teseus.
OS MOLIÔNIDES – Irmãos gêmeos que nasceram de um ovo de prata, posto por Molíone, que havia-se unido a Poseidon. Chamavam-se Ctéatos e Êuritos. Ambos foram adotados pelo rei Áctor, filho de Hélios, o Sol. Há autores que os representam como um ser somente, monstruoso, com quatro braços e duas cabeças. Na luta contra Neleus, o rei de Pilos, quase foram mortos por Nestor, foram salvos graças ao pai Poseidon. Porém, na luta em auxílio ao rei Áugias, feriram mortalmente a Íficles (irmão de Héracles). Mais tarde, quando iam participar dos jogos Ístmicos, como representantes de Élis, Héracles matou-os numa emboscada.
MÔNICOS – um centauro. Era tão forte que arrancava árvores gigantescas e lançava-as como dardos.
MORMO – demônio do sexo feminino, com que se ameaçavam as crianças desobedientes. Dizia-se que mordia os meninos malvados e deixava-os coxos.
OS MORMÕES – gênios terríveis que assumiam a forma de animais ferocíssimos.
MORMÓLIX – ama do deus-rio Aqueronte. Aparecia sob a forma de uma loba. Era um gênio atemorizante que vivia em relação com o Mundo dos Mortos e com os fantasmas.
NESSOS – um centauro, filho de Íxion e Néfele, que evitou participar do combate entre Lápitas e Centauros, e acabou se dando bem. Porém, teve um confronto com Héracles na Arcádia, quando o herói se encontrava no antro do centauro Fólos. Conseguiu fugir e foi estabelecer-se às margens do rio Évenos, na Etólia, onde, mais tarde, teve a infeliz idéia de raptar Dejanira e tentar violentá-la. Héracles matou-o com uma flecha envenenada.
OS NETUNOS – gênios semelhantes aos Faunos e aos Sátiros.
ÓFION – um centauro.

OFÍON – um gigante, combateu contra Zeus e foi esmagado sob uma montanha.
OFIONEUS – chefe dos Gigantes que se revoltaram contra Zeus.
ÓGIGOS (ou OFÍON) – segundo uma tradição antiga, foi o primeiro dos Titãs a ter nascido, e liderou-os antes de Cronos, que era o mais jovem. Era um monstro-serpente, confundido erroneamente com Océanos. Sua aparição é confusa, já que teria surgido através de Eurínome, uma oceânide.
OS ONOCENTAUROS – seres fabulosos, metade burro, metade homem. Eram gênios maléficos.
ORÍON – filho de Poseidon e Euríale (filha do rei Minos), foi adotado pelo rei Hirieus. Era um caçador de porte agigantado, dotado de grande beleza e de uma força prodigiosa, recebeu do pai o dom de caminhar sobre as águas. Após sua morte, foi posto nas Constelações.
ORNEUS – um centauro, também foi o nome de um dos Lápitas.
ORTROS – monstro em forma de cão de duas cabeças. Era filho de Tífon e Équidna. Unindo-se com sua mãe, teve a filha Fix, a Esfinge de Tebas. Foi morto por Héracles quando este foi roubar os bois de Gérion, no país de Irítia.
PAN – deus dos bosques e dos pastos. Pertencia à raça dos Sêmones, metade homem, metade bode, muito peludo, com dois chifres, nariz chato, rosto inflamado, com o estômago coberto de estrelas e voz dissonante. Muito venerado pelos Árcades, não se sabe aoi certo sobre seus pais: poderia ser filho de Hermes e Dríope, ou de Zeus e Híbris, ou de Zeus e Calisto, ou de Zeus e Eneis, ou de Éter e Ênoe, ou de Cronos e Réia, ou de Uranos e Géa.
PÉGASOS – o mais esplêndido dos cavalos alados. Nasceu do sangue de Medusa, juntamente com seu irmão Crisáor. Assim que nasceu e serviu a Perseus, voou para o Olimpo. Depois, serviu aos propósitos do herói Belerofonte.
PELOROS – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Úranos.
PENE – monstro que arrancava as crianças dos braços das mães, a fim de devora-las, semelhante a Lâmia. O deus Apolo o havia mandado contra os Argivos. Foi morto por Córebos.
PERÍBOTES – um sátiro.
PEUCEUS – um centauro, foi pai de Dríalos.

PICÓLOUS – gigante que, na luta contra os deuses, fugiu para a ilha de Eéa. Tentou banir Circe, mas foi morto pelo pai da feiticeira, o deus Hélios.
PILÉNOR – um centauro. Ferido por uma flecha envenenada de Héracles, num combate, na casa de Fólos, foi lavar as feridas nas águas do Ânigros, e desde então as suas águas passaram a ser envenenadas e fétidas.
PIRÁCMOS – um centauro.
PÍRITOUS – um centauro, e foi nome também de um herói lápita em cuja festa de casamento se deu o combate entre Lápitas e Centauros.
PISÉNOR – um centauro que fugiu durante o combate contra os Lápitas.
PÍTON – dragão enviado por Hera contra Leto e Apolo, para matá-los. Era filha de Géa, a Terra. Nasceu logo após o Dilúvio de Deucálion. Guardava os Oráculos de sua mãe, cujo santuário ficava perto da fonte Castália, sobre a encosta do Párnassos. Foi morta por Apolo e sua pele serviu de assento sobre o tripé sagrado da Pitonisa de Delfos.
PODARGE – uma das Harpias que, unida ao vento Zéfiros, engendrou os cavalos Xantos e Bálios, que pertenceram a Peleus e Aquiles, as éguas carnívoras de Diomedes e os cavalos Flógios e Hárpagos, que pertenceram aos Dióscuros.
POINÉ – deusa romana semelhante às Erínias, que personificava a Punição, a Vingança e o Castigo.
POLÍFEMOS – um dos Cíclopes Pastores da Sicília, filho de Poseidon e da ninfa Toossa (filha de Fórcis). Era o maior, mais famoso e mais forte de sua raça. Vivia do produto de seus rebanhos de carneiros. Habitava uma caverna do Etna, comia carne crua, embora conhecesse o uso do fogo, e desconhecia o uso do vinho. Amou a ninfa Galatéia, da qual teve os filhos Gálatos, Celtos e Ilírios, que deram origem a três grandes nações.
PÓRCIA e CARIBÉIA – as duas serpentes marinhas que atacaram Laocóon e seus filhos, em Tróia, durante um sacrifício.
PORFÍRION – gigante, filho de Géa, a Terra, e do escroto mutilado de Úranos. Era irmão gêmeo de Álcion. Foi morto por Zeus com um raio, e Héracles, com uma flechada, durante a Gigantomaquia, no momento em que tentava violentar a deusa Héra.