Mitologia vs Mídia

Nessa altura estava Pélops convencido de que tivera conhecimento de tantas coisas maravilhosas que nada mais o poderia surpreender. As maravilhas, no entanto, não se haviam esgotado, como veio a verificar ao conhecer o rei Pandíon de Atenas, e ouviu-lhe as fantásticas narrativas enquanto comiam e bebiam juntos no palácio real. Contou-lhe sobre seu antepassado, também chamado Pandíon, que tinha duas filhas, Filómele e Procne, que passaram horrores nas mãos do terrível rei Tereus, que governava os trácios. Casou-se com Procne e violentou Filómele, mas o Destino lhe preparou uma vingança, e, sem saber, comeu a carne de seu próprio filho. E os três, Tereus, Procne e Filómele, foram metamorfoseados em aves.

Disse-lhe que, após a morte de seu pai Pandíon I, sucedeu-lhe Erecteus, o filho mais velho. No entanto, entre umas histórias e outras, contou-lhe sobre o drama de Prócris e Céfalos, ancestrais da casa de Atenas. As desavenças do jovem casal e a visita de Prócris ao famoso rei Minos II, de Creta. Após algum tempo servindo a mesa e a cama do rei, Prócris retornou para casa e reconciliou-se com Céfalos, mas o Destino lhes pregou uma peça, e Céfalos matou a esposa acidentalmente.

Pandíon acrescentou a essa história sobre o filho que Céfalos tivera com uma ursa e lhe dera o nome de Arcésios.

Essas e muitas outras histórias ouviu Pélops dos lábios do rei Pandíon II, em seu palácio em Atenas. Os dois reis juraram eterna amizade na paz e constante aliança na guerra. Após diversos dias de festejos, escusou-se Pélops, partindo para visitar a antiga cidade de Tebas. O rei de Tebas chamava-se Créon, e fez Pélops calorosa recepção. Sentados juntos no palácio, comendo e bebendo, Pélops contou como viera ter à Hélade, e ouvira ao rei Créon contar a história da construção da cidade. Era sobre a história do rapto de uma princesa, Europa, pelo senhor do Olimpo, e da busca de seus irmãos por muitos lugares distantes. A filha do rei Agenor de Tiro havia sido levada a Creta, onde tivera de Zeus três filhos: Minos, Radamantes e Sarpédon. Era a história de Cadmos, um dos filhos de Agenor, que, após uma busca incessante por terras e mares, foi parar na Hélade e, na parte central do país, fundou uma cidade, Cadméia, no mesmo lugar onde um dia enfrentou um terrível dragão pertencente ao deus Áres.

Contou-lhe sobre as filhas de Cadmos e seus casamentos desastrosos, e sobre o nascimento de uma divindade na casa real de Tebas: Dionisos. Narrou-lhe ainda a história de Actéon, que foi atacado pelos próprios cães, que o confundiram com um gamo. Contou-lhe também sobre as desgraças de Átamas e sua esposa Ino, uma das filhas de Cadmos, que tentou livrar-se a todo custo de seus enteados Frixos e Héle, e nunca mais se teve notícias das crianças desde que elas fugiram no lombo de um carneiro alado. E, após ouvir o relato sobre o desfecho da emocionante história de Cadmos e Harmônia, deixou Pélops a cidade de Tebas, voltando para o seu lar em Pisa, pensativo e maravilhado por tudo o que tinha ouvido contar a respeito dos reis de Micenas, de Árgos, de Atenas e de Tebas.

Com o correr dos anos, à medida que se tornava mais rico e poderoso, esquecia-se Pélops da maldição do áuriga Mírtilos, que o ajudara a conquistar sua esposa Hipodâmia e o reina da Élide. Sem dúvida, aparentemente, era Pélops um dos homens mais felizes do mundo. O casal tinha agora mais três filhos: Atreus, Tiestes e Alcátous, e uma formosa menina de nome Nícipe.

E não foram poucos os outros filhos que nasceram de Pélops e Hipodâmia: mais sete filhos varões, chamados Plístenes, Copreus, Troézenos, Hipálimos, Dias, Hípasos e Cínon, e três filhas, que foram Astidâmia, Lisídice e Hipótoe, e todos estavam destinados a ter descendência. No entanto, Pélops havia tido também um filho com outra mulher, Axioquéia, e chamava-se Crísipos, “o dos cavalos de ouro”, que não conseguiu obter a simpatia de Hipodâmia.

A MORTE DE PERSEUS

Apesar de uma aparente amizade que existia entre Perseus e Megapentes, este guardava ainda rancor aos argivos, e decidiu devolver ao pai, Proetos, o reino que Perseus lhe havia tomado. Para tanto, assassinou-o, e foi em busca de seu pai. Megapentes entregou a ele o reino que já era seu, pelo menos uma parte, já que dividia-o com a casa de Bias e Melampos; e Proetos passou a governar em Tirinto com sua esposa e filhos.

Após a morte de ambos, Perseus e Andrômeda foram transportados para o Céu e transformados em constelações (Perseus e Andrômeda), o mesmo acontecendo com os pais de Andrômeda, Cefeus e Cassiopéia (Cepheus e Cassiopeia). E os micênios, para honrar seu mais ilustre herói, ergueram-lhe um túmulo diante de Micenas, na estrada para Árgos. Quanto ao monstro que havia sido enviado para devorar Andrômeda, também foi posto entre as estrelas, sob o nome de Cetus.

Perseus e Andrômeda tornaram-se troncos de uma grande família, toda composta de reis e heróis, entre filhos e seus descendentes. Inclusive Pérses, o primogênito do casal, foi o antepassado dos reis persas, os quais mais tarde, quando reivindicaram a posse da terra dos helenos (a Grécia), invocaram o herói Perseus como seu antepassado.

O rei Pilumnos era filho de Fauno. Ele casou-se com Dânae quando esta, magoada com a Argólida pela morte de seu filho Perseus, deixou a Hélade e foi estabelecer-se na Itália. Pilumnos, em seu país, fundou com ela a cidade de Árdea, capital dos rútulos. Dessa união nasceu Daunos, destinado a reinar em seu lugar.

Segundo Virgílio, Pilumnos foi a versão italiana de Polidectos, o rei de Sérifos, e o mito foi similar. No entanto, o desfecho do que ocorrera a Polidectos teria sido outro a Pilumnos, que teria tido um final feliz e próspero.

Estênelos não era herdeiro do trono de Micenas porque tinha um irmão mais velho que ele chamado Eléctrion, que se tornaria rei quando morresse Perseus e na ausência do primogênito Pérses. Então, após a morte de Perseus, Árgos passou para a s mãos de Estênelos, filho de Perseus, que destronou Megapentes, enquanto que Micenas passava a ter um novo senhor ao invés de Eléctrion: Méstor, outro filho de Perseus, que adiantou-se e tomou o poder.

Tirinto continuava a pertencer a Proetos.

O filho de Éolos, Perieres, rei de Ecália (hoje Andânia), na Messênia, desposou Gorgófone, a única filha de Perseus, governou a Messênia e teve os filhos Afareus, Lêucipos (“o de cavalo branco”) e Árene. Mais tarde, com a morte de Perieres, Gorgófone casou novamente, desta vez com Ébalos (“o copulador”), filho de Cinortas, tornou-se rainha de Esparta e teve os filhos Tíndaros, Icários e Arne, e ainda assumiu a maternidade de Hipocóon.

PÍEROS E SUAS NOVE FILHAS

Píeros era filho de Macédon, e tinha três irmãos. Havia-se tornado rei de uma região a que denominou Piéria, na parte sul da Macedônia. Ali, casou-se com Antíope (ou Evipe) e teve nove filhas, que se chamaram Piérides, e, apesar de terem nomes próprios, resolveu apelidá-las com os nomes das noves Musas. Até aí, nada que pudesse ter ofendido às deusas do Hélicon.

Mas as moças ousaram desafiar as Musas num concurso artístico. E, vencidas, foram transformadas em pêgas.

No grande concurso de canto, entre as Piérides e as Musas, o monte Hélicon se envaideceu e se enfunou tanto de prazer, que ameaçou atingir o Céu. Poseidon, então, ordenou a Pégasos que desse uma patada no monte, a fim de que ele voltasse às dimensões normais e guardasse seus limites. Hélicon obedeceu, mas, no local atingido por Pègasos, brotou uma fonte, Hipocrene, a “fonte do cavalo”.

AS NOVAS SUCESSÕES

Árgos passou para o controle de Tálaos, filho de Bias e Pero, que tomou para si a responsabilidade de administrar as próximas sucessões, tanto da família de Perseus quanto a de Pélops.

Então, subiu ao trono de Micenas o filho mais velho de Perseus, obrigando seu irmão Méstor a abandoná-lo, pois era seu de direito.

De Táfos partiram os exércitos dos teléboas, por mar, rumo a Micenas, para reclamar o que acreditavam ser seu de direito. Sete dos filhos de Ptérelas, que eram Crômios, Néritos, Políctor, Méstor, Antíocos, Quersídamas e Ítacos — Evérion era ainda muito jovem para lutar —, todos piratas selvagens, apareceram diante de Micenas e exigiram o trono de Eléctrion. Mas Eléctrion rejeitou-os, e, à frente do exército dos teléboas, os sete comandantes sitiaram Micenas.

Nessa época, Anfitríon, filho de Alceus, filho de Perseus e rei de Tirinto, estava noivo de Alcmena, conhecida como “a donzela de Midéia”, filha do rei Eléctrion de Micenas e de Anaxo, sua sobrinha. Eléctrion era o filho primogênito de Perseus. Já tinham casamento marcado. Porém, o himeneu não aconteceu, porque inesperadamente os teléboas haviam invadido a Hélade.

Os teléboas foram derrotados, apesar de terem conseguido apoderar-se dos rebanhos de Eléctrion, depois de terem invadido Micenas e atacado o palácio, matando vários filhos do rei, entre eles Arquelaus, Gorgófonos e Celêneo. Por pouco Eléctrion mesmo não havia sucumbido. Porém, expulsos da cidade e do país, depois da morte de quase todos os seus príncipes, os teléboas, subindo em seus navios, partiram e foram obrigados a entregar os rebanhos roubados a Eléios (que era também chamado Políxenos), rei da região de Élide, para que os escondesse a peso de ouro. Em seguida, voltaram para Táfos.

Então, com a morte de Eléctrion, Estênelos herdou o trono de Micenas e Tirinto, e, tendo como hóspedes Atreus e Tiestes, refugiados na Argólida pelo assassinato de Crísipos, filho de Pélops, entregou-lhes o reino de Midéia.

A LUTA CONTRA DIONISOS

Em Árgos, onde Héra era especialmente honrada, o culto de Dionisos encontrava graves dificuldades para se estabelecer. Os habitantes recusaram-se a honrá-lo, e mataram as Mênades que o acompanhavam. O deus feriu de loucura furiosa as mães, que começaram a dilacerar os próprios filhos.

O herói Perseus, Filho de Zeus, já como deus-protetor de Árgos, decidiu então combater seu irmão Dionisos, que contou com a ajuda das Hálias, “mulheres do mar”, mas pereceram em batalha, e Dionisos mandou que se lhe construíssem o monumento de Cória, “a dançarina”, uma de suas Mênades, e o túmulo das Sereias (Haliai).

Em seguida, Dionisos voltou com mais força, acompanhado de seu séquito e de Ariadne, sua divina esposa, já que um dia obrigara Teseus a abandoná-la. E Perseus, acuado, utilizou-se da cabeça da Górgona e mostrou-a às hordas inimigas, que viraram pedra, inclusive Ariadne. Mas Dionisos conseguiu vencer as forças argivas de Perseus, que teve que ceder. No entanto, sendo ambos filhos de Zeus, que impediu-os de continuar por mais tempo com os conflitos, acabaram firmando um tratado de paz. Então, dedicou-se um templo com um recinto sagrado a Dionisos-Cretense, onde Ariadne foi enterrada.

E, sem ter mais o que fazer pelo seu povo, Perseus retornou ao Olimpo e jamais foi visto novamente entre os homens.

FIM

Muito bem, declaro aberta a oportunidade para discussões, opiniões, curiosidades, outras versões e mais detalhes para o mito de Perseus e também críticas ao filme ''Fúria de Titãs''.

Gostei da versão 1981, mesmo sendo nada fiel ao mito original. Sabia que os caras mudariam o roteiro em 2010. Imaginei na época que seria algo mais próximo do original. O roteiro de 2010 é pior que o de 1981. Mas o show visual pagou o ingresso.

Agora a pergunta que não quer calar: Por que diabos não se faz um filme seguindo o mito original que é super bacana? Imagina a cena da chuva de ouro fecundante! Ou do Pégaso nascendo do sangue da Medusa! Ou o fim do Perseu (é, ele também tem um final trágico por ultrapassar o metron)!

“Onde está Polidectos, o rei de Sérifos?” Polidectos, o rei de Sérifos, era irmão do pescador Díctis. Ele recusou dividir o trono com seu irmão e expulsou-o da corte.

Polidectes daria um vilão tão bom quanto Darth Vader!

Outrora pertenceu ao rei Túlio, cujo país foi invadido pelas Górgonas e seus habitantes transformados em pedra.

As Gorgonas (Medusa uma delas) não eram irmãs das Gréias? Por que as gréias aconselharam a morte da irmã?

O monstro do mito de Perseus foi Cétos, e pertencia sim aos domínios de Poseidon, não de Hádes!

Como era o visual do monstro? Cetus não é baleia em grego?

PÉGASOS, segundo as versões romanceadas originais, era de cor branca, e era único, não haviam outros como ele.

Pegasus depois não serve de montaria a outro herói, o Belerofon, o matador do monstro Quimera e que tenta tomar (militarmente) o Olimpo? Belerofon e Pegasus são fulminados por Zeus?
Belerofon era parente de Perseus, como Herakles?

Hermes Trismegistus escreveu:CONCLUSÃO:
Um bom filme, aliás, muito bom, mas deturpado, mais ainda que a versão antiga do filme. É algo assim, mais ou menos como o filme "Tróia". Mas quero estar vivo ainda quando finalmente alguém fizer um filme mitológico que passe perto das versões originais. Podem manter o mesmo brilho, os mesmos efeitos visuais, a mesma emoção, só não precisam inventar demais. Dá pra incluir nomes fictícios, diálogos, cenas, cenários, mas os nomes originais e suas origens tem que ser mantidos, assim como o roteiro dos mitos e suas passagens principais.

IDEM, IDEM p/mim.

O tal Calibas dos filmes 1981 e 2010, perde a mão (vilão principal do filme de 1981, e mero capanguinha do Hades em 2010) nos dois filmes, mas ele tem relação com Caribdes do mito grego?

É certo que o filme foge muito dos relatos sobre a mitologia grega, mas acho que isso acontece porque o filme parece mesmo ser apenas baseado no mito de Perseu, e não contado de fato o mito.
Enfim, não é um filme que conta o mito, e sim um filme que se baseou no mito para contar uma história. Também gostei do filme no quesito aventura. Agora, se tratando de fidelidade ao mito, é fraco.

Hermes, você mencionou que o Kraken é da mitologia nórdica. Então pergunto:
1 - Por que mencionaram na mitologia grega (Tanto no filme Fúria de Titãs como nos Cavaleiros do Zodíaco) e como filho de Hades?
2 - Qual a forma do bicho? (Em Cavaleiros do Zodíaco, ele tem a forma de uma raia, já no filme, tem tentáculos de polvo.)

Realmente essa coisa de adaptar a mitologia confunde a gente...
Em Fúria de Titãs, menciona que o Kraken derrotou os titãs, mas até hoje nos livros que li (e no jogo God Of War) não foi isso que aconteceu...

Rei de Ouros,

Na verdade as Gréias não aconselharam matar Medusa, mas elas foram obrigadas por Perseus, que ameaçou jogar fora seu olho mágico (dividido pelas três). E não adianta tentar ensinar a três velhas bruxas um pouco de ética.

Quanto a Cétos, o que dizer quando as versões contadas são diferentes uma das outras? Cétos é "baleia", mas para os antigos, qualquer ser das águas era um monstro. Observe aqueles monstros desenhados nos mapas da Idade Média e do início das Grandes Navegações: não pareciam baleias, nem lulas, nem tubarões. Mitologicamente falando, Cétos poderia ser uma espécie de lula gigante, ou uma serpente-marinha (vai saber!).

Pégasos serviu de montaria a Belerofonte, mas não foi fulminado com o ginete. Somente Belerofonte, mas ele não morreu: caiu de certa altura, do lombo do Pégasos, e ficou coxo, alcançou a velhice de forma miserável.

Belerofonte não foi parente de Héracles nem de Perseus. Belerofonte teria mais relação com a casa de Teseus, já que seu avô foi Nisos, rei de Mégara. E Nisos (irmão de Egeus) era tio de Teseus, portanto Belerofonte e Teseus eram primos.

Cálibas ou Cálibos é um personagem do filme, fictício, não pertence à Mitologia Grega. Nada tem a ver com Caríbdis, que era um monstro-marinho em forma de escolho ou turbilhão.

Respondendo ao post do Nostradamus...

Esqueça os Cavaleiros do Zodíaco. É pura ficção.

Quanto ao filme Fúria de Titãs, assim como todos os filmes épicos e mitológicos, têm uma coisa chamada "Licença Poética". O autor do filme pode criar em cima de uma realidade ou de um mito original. Mas há restrições, porque você não pode inventar demais, criando assim um novo personagem ou uma nova versão para essa história.

Kráken é uma palavra nórdica. O nome do monstro, segundo a Mitologia, é Cetos, que quer dizer "baleia", relativo a Cetáceo. Como a figura do monstro não era exatamente a de uma baleia, supõe-se que teria uma forma de polvo ou lula, misto de serpente-marinha com tentáculos. Afinal, sendo um ente mitológico, os gregos assim o imaginavam, jamais deveria ter sido visto por alguém (se é que existia). Os animais híbridos eram comuns na Mitologia Grega, assim como em outras mitologias.

Pra você ter uma ideia, o personagem Cálibos (como monstro) é totalmente fictício, não faz parte da Mitologia Grega. Leia os posts sobre o mito de Perseus que postei logo atrás para conhecer melhor. Teoricamente, para ter sentido, Cálibos deveria ser filho de Fineus, irmão do rei Cefeus, o pai de Andrômeda. A maioria das versões do mito citam o próprio Fineus como pretendente de sua sobrinha Andrômeda e pretendente também ao trono de Íope.

Era muito comum a representação desses monstros com a forma de dragão, neste caso um dragão marinho, a exemplo da Hidra de Lerna, que era um dragão dos pântanos, e da Quimera, um dragão que habitava em cavernas.

Só pra ter uma ideia a respeito de "Licença Poética", fizeram um Perseus quase careca, assim como no filme "Helena de Tróia", fizeram um Aquiles totalmente careca, quando lemos nos livros mitológicos esses heróis com suas cabeleiras.

Por tudo isso, o melhor mesmo é conhecer Mitologia Grega através dos livros originais, em prosa ou em verso, ou mesmo romanceados, de escritores modernos, cuja "Licença Poética" mais comum são os diálogos.

O próprio Homero usou da "Licença Poética"; veja só: aqueles longos diálogos mostrados na Ilíada, de onde ele tirou palavra por palavra, com tanto detalhe? Sabe-se que Homero andou muito com um servo seu pesquisando, se informando, para poder obter com tantos detalhes os seus relatos. Seria quase impossível sem mídia televisiva, auditiva ou impressa. Somente testemunhas oculares ou os que ouviram e estiveram presentes para poderem reproduzir diálogos com tantos detalhes.

Fica aí uma incógnita.

Hermes Trismegistus escreveu:Era muito comum a representação desses monstros com a forma de dragão, neste caso um dragão marinho, a exemplo da Hidra de Lerna, que era um dragão dos pântanos, e da Quimera, um dragão que habitava em cavernas.

"Drako" não é uma das palavras gregas pra "cobra" ( a outra é ophis)? Parece que os dragões ocidentais ORIGINAIS (egípcios, gregos e germanos) seriam todos no estilo boitatá ou anaconda. Se Cetus fosse algo entre baleia e serpente marinha gigante eu não me espantaria.

O dragão chinês é que seria uma "quimera". A melhor explicação que tive a respeito do aspecto do dragão chinês é que nunca houve tal ser, MAS que pancadarias entre clãs chineses se resolvendo com fusões (casamentos fundamentando a coisa) eram frequentes. Os totens (emblemas com espírito ancestral, hunos e mongóis se diziam descendentes de lobos) de cada clã também se fundiriam (daí a coisa dos chifres de veado, escamas de peixe, pelinhos de algum mamífero, garras de águia, corpo de cobra dentes de javali, asas de morcego).
O que significa A PALAVRA GREGA Quimera em português?

Quimera

No dicionário: "absurdo", "utopia".
Na Mitologia Grega: "cabra nova", talvez o motivo que o seu corpo ou uma das cabeças do monstro era de cabra, além de leão e serpente.

Sendo assim, era um monstro esquisito, às vezes representado com três cabeças e às vezes com a cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.

E, por ser tão esquisito e fora de padrão, esse monstro era o único de sua espécie. Não haviam outras Quimeras.